sexta-feira, 29 de março de 2013

MONOGRAFIA ENVIADA A UNIP - PÓS GRADUAÇÃO DE FORMAÇÃO A EDUCAÇÃO A DISTANCIA - SUBSTITUIÇÃO DE MÍDIAS IMPRESSAS PARA MÍDIAS AUDIOVISUAIS E DIGITAIS


UNIVERSIDADE PAULISTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
















PROJETO DE SUBSTITUÍÇÃO DE MÍDIAS IMPRESSAS POR MÍDIAS AUDIOVISUAIS E DIGITAIS NAS ESCOLAS








JORDANIA MARCIA CARVALHO LEAL











CUIABÁ-MT
2012/2


JORDANIA MARCIA CARVALHO LEAL













PROJETO DE SUBSTITUÍÇÃO DE MÍDIAS IMPRESSAS POR MÍDIAS AUDIOVISUAIS E DIGITAIS NAS ESCOLAS


















 Trabalho de Curso apresentado programa de Pós-graduação lato sensu Formação em Educação à Distância da Unip Interativa, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Especialista Formação em Educação à Distância.






CUIABÁ-MT
2012/2
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP INTERATIVA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU  FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CUIABÁ - MT /2012/2





JORDANIA MARCIA CARVALHO LEAL






PROJETO DE SUBSTITUÍÇÃO DAS MÍDIAS IMPRESSAS POR MÍDIAS AUDIOVISUAIS E DIGITAIS NAS ESCOLAS








APROVADO EM ____/____/____



BANCA EXAMINADORA


______________________________________________________________

NOME DO PROFESSOR – AVALIADOR E PRESIDENTE DA BANCA


______________________________________________________________

NOME DO PROFESSOR – EXAMINADOR


______________________________________________________________

NOME DO PROFESSOR – EXAMINADOR




































Dedico este trabalho a todas as pessoas que me incentivaram e que, de uma forma ou de outra, estiveram sempre ao meu lado, me encorajando nas horas mais difíceis. Em especial aos meus familiares, amigos e a instituição de ensino ICEC – INSTITUTO CUIABÁ DE ENSINO E CULTURA, por me proporcionar gratuitamente este excelente curso de pós-graduação, meu muito obrigado, também aos colegas colaboradores da empresa. A todos que me compreenderam nos momentos de ausência, as crises de mau humor e, ainda assim, tiveram paciência e carinho para comigo.

AGRADECIMENTOS



Segundo Esopo: “A gratidão é a virtude das almas nobres”. É um dos elevados valores da alma. Uma pessoa grata e reconhecida confirma sentimentos apurados, compreensão humana e emociona-se com a bondade alheia experimenta do sentimento de solidariedade e estarão sempre prontos a seguir excelentes exemplos, daqueles que se fazem, espontaneamente, credores de reconhecimento.
Agradeço aos meus pais Sr. José Gomes Leal e Senhora Marilce Maria de Carvalho Leal pelo constante incentivo emocional e financeiro para que pudesse crescer como pessoa e conquistar minha formação acadêmica.
Agradeço as colaboradoras Sandra Mara, Ana Paula e Maria Eva, por serem sempre atenciosas e gentis no tratamento de minhas perguntas e informações sobre o curso de pós-graduação.
Agradeço a instituição ICEC – Instituto Cuiabá de Ensino e Cultura, por ter me proporcionado gratuitamente o curso, e onde tenho orgulho de trabalhar na biblioteca, como auxiliar.
            Agradeço a todos meus colegas de trabalho e minha líder, que de forma direta ou indiretamente, somente tem me ajudado a percorrer neste caminho de sucesso e êxito, então, agradeço a Zenilda (líder de equipe), Gislene, Danielle, Jonathan, Suzana, Alessandro, Priscila, Fernanda, Ingrid, Suiane, Suzana Melo, Marli e Iva.
            Agradeço minha irmã Rita Cristina Carvalho Leal, pela admiração, confiança e carinho, em diversos momentos de minha vida.
            Agradeço meu irmão Zaul Augusto Cesar Carvalho Leal, admirável comunicador social, por ter sido de fundamental importância para a escolha do tema deste trabalho.
            À Eduarda Leal Baptista da Silva, minha sobrinha, que tanto me compreendeu em meus momentos de impaciência.
            Agradeço a Deus, essa energia inexplicável que faz parte de minha vida e da qual faço parte.
            Poderia agradecer o tempo todo, mas gostaria de pedir desculpas àqueles que não citei, mas que estão em minha memória de alguma forma. Muito Obrigado!










































Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.

Karl Marx, O 18 Brumário de Luís Bonaparte (1818-1883).

RESUMO

O objetivo que delineou o presente trabalho foi o de verificar os benefícios nesta pós-graduação em formação à educação à distância, que resolvi sobre este tema, que é um projeto que poderá ser usado em escolas de nível fundamental, médio e terceiro grau. No qual proponho a substituição das mídias impressas por mídia audiovisual e digital. Primeiramente, pelo fato de que os alunos têm utilizado mochilas pesadas, devido à quantidade de material que levam as escolas, os usos das tecnologias são de grande importância na vida profissional, assim os professores sem deixar os alunos utilizarem nas salas de aula, retardam o conhecimento tecnológico. O aluno interagindo com as epistemologias, através de imagens e sons, é uma didática prazerosa, eficiente e eficaz. O medo do professor de quê o aluno acabe por fazer pesquisas que não são direcionadas à educação, podem ser sanadas através de programas de proteção, com o auxílio da tecnologia de informação, ainda com a opção de quando o aluno tiver que pesquisar algo mais do que o habitual, este sistema possa ser liberado, conforme a necessidade. No nível fundamental, que corresponde ao maternal até o nono ano, como sabe existem níveis de desenvolvimento humano, Piaget fala sobre os estágios (teoria cognitiva), em que a criança começa a pensar concretamente e abstratamente, respeitando essa evolução intelectual, os programas devem ser elaborados, conforme o nível de entendimento dos alunos, nas referentes etapas. No ensino médio e no terceiro grau, a maior preocupação será o controle das pesquisas e a liberação dos sites que devem entrar que será resolvida pelo bloqueio de sistemas. Veremos a questão ambiental, visto que o uso exorbitante de materiais impressos acarreta grande destruição na natureza, o momento é de desenvolvimento sustentável e, portanto, é agora, e todo contexto histórico atual, nos força a tomar esta importante decisão, comecemos pela educação.



Palavras-chave: Educação, Mídias impressas, Mídias audiovisuais e digitais, Meio Ambiente, Ergonomia nas escolas, Tecnologia, Legislação Educacional.


ABSTRACT

The goal outlined the present study was to assess the benefits this postgraduate training in distance education, I decided on this theme, which is a project that can be used in school-level elementary, secondary and third level. In which I propose replacing the print media for audiovisual and digital media. First, the fact that students have used heavy packs, due to the amount of material that lead the schools, the uses of the technologies are of great importance in professional life, so teachers while students use in classrooms, retard technological knowledge. The student interacting with the epistemologies, through images and sounds, is a didactic pleasant, efficient and effective. The fear of the teacher what the student will eventually do research that is not directed to education, can be addressed through programs of protection, with the aid of information technology, even with the option when the student has to find something more usual, this system can be released as needed. At the fundamental level, which corresponds to the kindergarten to ninth grade, as you know there are levels of human development, Piaget speaks about the stages (cognitive theory), in which the child begins to think concretely and abstractly, respecting the intellectual evolution, programs must be prepared, as the level of understanding of students in related steps. In high school and in the third grade, the biggest concern is the control of the research and release of sites to enter to be solved by blocking systems. We will see the environmental issue, since the use of printed materials exorbitant carries great destruction in nature, momentum is sustainable development and therefore it is now, and all current historical context, forces us to make this important decision, we start with education.



Keywords: Education, print media, digital and audiovisual media, Environment, Ergonomics in schools, Technology and Educational Legislation.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Australopithecus………………………………………………….........
6
FIGURA 2 – Pitecanthropus…………………………………………..…….…….....
6
FIGURA 3 – Neandertais…………………………………………………………......
7
FIGURA 4 – Homo Sapiens………………………………………………………....
7
FIGURA 5 – Educação Oriental………………………………………………….....
8
FIGURA 6 – Período Grego…………………………………………..…….……......
11
FIGURA 7 – Período Medieval……………………………………………………....
13
FIGURA 8 – Período Renascimento………………………………………………...
14
FIGURA 9 – Pintura Renascentista………………………………………………....
14
 FIGURA 10 – Período Moderno …………………………………………………...
15
FIGURA 11 – Período Contemporâneo…………………………………………....
17
FIGURA 12 – Piaget…………………………………………………………...........
24
FIGURA 13 – Piaget em suas pesquisas…………………………………………
24
FIGURA 14 – Modelo de Escola Tecnológica....................................................
63
FIGURA15 – Escola Contemporânea ………………………………………………
64
FIGURA 16 – Educação Básica…………………………………………………….
64
FIGURA 17 – Educação Superior com Tecnologia…………………………….....
65
FIGURA 18 – Educação com Tecnologia no Ensino Médio……………………...
65





LISTA DE TABELAS


TABELA 1 – Estágios do Desenvolvimento Cognitivo de Piaget……………......
22

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
STF – Supremo Tribunal Federal
IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica





























SUMÁRIO


1.INTRODUÇÃO………………………………………………….............................
1

2. CAPÍTULO I: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO……………………………..……...
4

2.I – Educação e História ………………………………………………………........
4

2.I.1 – Período Primitivo………………………………………………………...........
4

2.I.2 – Período Oriental…………………………………………………...................
7

2.I.3 – Período Grego…………………………………………..…….……...............
8

2.I.4 – Período Romano……………………………………………………...............
12

2.I.5 – Período Medieval……………………………………………….....................
12

2.I.6 – Período Renascimento……………………………………………................
13

2.I.7 – Período Moderno……………………………………………….....................
14

2.I.8 -  Período Contemporâneo………………………………………....................
15

3. CAPÍTULO II – MODALIDADES DE EDUCAÇÃO.........................................
18

3.II.1 – Educação Básica…………………………………………...........................
18

3.II.2 – A Educação Superior...............................................................................
19

3.II.3 – Pós-Graduação……………………………………………….......................
20

3.II.4 – Os quatro estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget……….......
20

4. CAPÍTULO III - DIDÁTICA…………………………..........................................
25

5. CAPÍTULO IV – LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS. .........................................
30

5.IV.1 – Lei N. 10.172 DE 9 DE JANEIRO DE 2001……………………………....
30

5.IV.2 – Lei N. 9.394 DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.......................................
31

6. CAPÍTULO V – A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA…………………………......
61

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................…..............
66

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................
68

REFERÊNCIAS..............…………………………………………...........................
70





1.  INTRODUÇÃO


Karl Marx diz: “a tradição de todas as gerações mortas oprimi como um pesadelo o cérebro dos vivos”, o que se leva a pensar: porque dar continuidade a essa educação tradicional, sendo que a comunicação chegou ao mundo contemporâneo com tamanha força, que estamos conectados juntos, milhares de pessoas pela internet. A história tem se tratado de registrar passos importantes politicamente, economicamente e de relações sociais. É preciso ocupar esse espaço, criar líderes, no mundo globalizado, onde se deve ter resposta para muitas dúvidas, unir os conceitos, pensar como todo é fundamental. A escola tradicional fragmentada, dividida oferece informações, mas ao mesmo tempo não está conseguindo formar líderes, as informações fica soltas, o aluno dificilmente consegue unir, o que foi dividido para ser repassado ao poucos, ficam os pedaços do quebra cabeça, mas o todo não aparece.
Nesse projeto é proposto aos discentes e docentes, um olhar novo a educação, lugar onde as informações podem ser observadas durante as avaliações, priorizando a pesquisa, a maneira de como uma pessoa se desenvolve, durante um tempo definido, a encontrar a resposta para as tarefas, exercícios e provas. Tira-se a prova tradicional, na qual o aluno chega condenado e tem que provar que sabe, e entra a pessoa interessada em saber sobre o assunto, não é decorar, mas entender, compreender, interpretar e principalmente unir, depois de ter repartido para melhor compreender.
Para alcançar o objetivo do trabalho está sendo utilizado o método fenomenológico, é uma pesquisa bibliográfica, qualitativa e caracterizam-se por dúvidas, indefinições e conceito vagos, do que por certezas absolutas.   Esta pesquisa foca no ser humano enquanto agente e fazedor da própria história e cuja visão de mundo é o que realmente nos interessa. A fenomenologia ou método fenomenológico é uma contribuição da filosofia a pesquisa empírica. A fenomenologia é um dos movimentos filosóficos mais importantes e fascinantes do século XX que, desde o seu início, guardou relações de intimidade com a recém-criada Psicologia. Sabe-se que o pensamento fenomenológico é muito difícil por se tratar em apreender conceitos que estão acontecendo, isto é, processos espontâneos que se apresentam como questões formadas, mas que ainda estão em construção de constante fluxo. O método fenomenológico dá continuação para as ideias evoluírem, e consequentemente os conceitos também podem mudar ao longo das várias pesquisas sobre qualquer objeto de estudo, o que torna o método ter difícil quadro seguro de ideias. Entretanto, se sabe que toda vez que se queira dar destaque à experiência de vida das pessoas, o método de pesquisa fenomenológico é adequado. O método fenomenológico é um método de investigação crítico, rigoroso e sistemático, e ele tem ganhado reconhecimento como uma abordagem à pesquisa qualitativa, aplicável ao estudo dos fenômenos importantes em vários campos, incluindo marketing, educação, desenvolvimento organizacional, recursos humanos, nas relações sociais entre outros. A fenomenologia entra em contato com as próprias coisas, deixando de lado especulações metafísicas abstratas, ela dá destaque à experiência vivida. A palavra Fenomenologia foi usada pela primeira vez por Johann Heinrich Lambert (1728-1777), e posteriormente, com sentido diferente por Hegel, em sua obra Fenomenologia do Espírito, mas como movimento filosófico e com a conceituação ostentada até hoje, a Fenomenologia nasce no início do século XX, com a obra Investigações Lógicas, de Edmundo Husserl (1859-1938), esse livro foi publicado em dois volumes, o primeiro em 1900 e o segundo em 1901. O termo fenomenologia deriva de duas outras palavras de raiz gregas: phainomenon (aquilo que se mostra a partir de si mesmo) e logos (ciência ou estudo). Portanto, etimologicamente, fenomenologia é o estudo ou a ciência do fenômeno, sendo que por fenômeno, em seu sentido mais genérico, entendem-se tudo o que aparece que se manifesta ou se revela por si mesmo.
Serão abordadas as questões sobre as fases do desenvolvimento da criança de Piaget, na qual indica o pensar concreto e abstrato da criança, quando começa cada um deles, a escola é presencial, semipresencial, exercícios, tarefas e conteúdos serão aplicados online ou assincronamente. Cada aluno deve ter seu tablet que levará para casa para estudar e resolver suas tarefas. As salas terão um total de vinte alunos para a pré-escola, os ensinos fundamentais e médios terão um total de trinta alunos; para a graduação e pós-graduação, por serem totalmente a distância poderá ser um total de quarenta alunos por turma. A escola tanto pode ser pública como privada, depende da instituição que desejar estabelece-la, se for o município, o estado ou a união será pública; se for um pessoa jurídica e civil, sociedade anônima poderá ser privada. Aqui nos caberá projetá-la e a quem interessar construí-la e organizá-la enquanto realidade.
A escolha do tema foi elaborado na linha de pesquisa 2 sobre: Perspectivas, tendências e legislação do Brasil, principalmente por se tratar de um advento que está acontecendo e que por isso é a tendência da educação, a formação da escola presencial utilizando as tecnologias disponíveis no mercado e assim modificar a legislação educacional brasileira, visto que a educação é da competência do Estado.
O TCC está separado por capítulos, no primeiro capítulo será abordado  fundamentos teóricos sobre a história da educação,  no segundo capítulo traremos conceitos de Piaget sobre as fases do desenvolvimento da criança, o terceiro capítulo  a didática, o quarto capítulo legislação educacional e finalmente o quinto capítulo trará a organização da escola.


2. CAPÍTULO I: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

2.I – EDUCAÇÃO E HISTÓRIA

A educação é um fenômeno fundamental na sociedade, desde antes de Cristo, vários autores discorrem sobre o assunto. No nascimento da cidade idealizada de Platão, em sua obra A REPÚBLICA, o autor dirá sobre a educação dos filósofos, dos guardiões da cidade, das crianças, nos mostrando o que deve ou não ser feito para o desenvolvimento educacional do indivíduo, o que deve ser ensinado, o que deve ser lido, enfim uma pedagogia de ensino, que posteriormente, será abordado como Paidéia. A música e a ginástica faziam parte dessa educação, a primeira para a alma e a segunda para o corpo. A educação é responsabilidade do Estado, portanto, cabe a essa instituição, promover as políticas públicas educacionais, através de secretarias de educação e Ministério da Educação, no mundo Contemporâneo e na antiguidade não era diferente, ambos mantém o Estado como responsável por essa instituição de controle social.
É, decerto, por esta razão, meu caro Glauco, que a música é a parte principal da educação – sabido que a cadência e harmonia têm no mais alto grau, a tendência de se insinuarem na alma, dominando-a, do mesmo passo que nela introduzem a beleza e a graça – quando esta parte da educação é dada de modo conveniente, o contrário sucedendo quando se negligencia. E também porque um jovem, educado como convém na música, perceberá com a máxima agudeza o que há de imperfeito e defeituoso nas obras da natureza e da arte, indignando-se contra isso, com incoercível aversão, louvará com transportes o que nelas se lhe deparar de belo, recebê-lo-á com alvoroço na alma, disso se nutrirá, tornando-se destarte honrado e virtuoso. Ao passo que, por outro lado, sentirá natural desprezo e repugnância por tudo que é vicioso, e isto desde a mais tenra idade, antes de alumiado pelo facho da razão, a qual apenas chegada será por ele abraçada, pela relação íntima que se haverá formado entre ele e a música. (PLATÃO, A REPÚBLICA, 2001, p.112).


2.I.1 - PERÍODO PRIMITIVO
No período primitivo não existia escolas, como ocorre hoje para o ambiente da educação. O que ocorria era um ajustamento da criança, conforme seu meio ambiente social e físico, esse ensino era passado por experiências. Os chefes de família eram os primeiros educadores e depois os sacerdotes.
A evolução do homem se apresenta da seguinte maneira:
Australopithecus (de 5 milhões a 1 milhão de anos atrás), caçador, que lasca a pedra, constrói abrigos;
  Pitecanthropus (de 2 milhões a 200 mil anos atrás), com um cérebro pouco desenvolvido, que vive da colheita e da caça, se alimenta, conhece o fogo, mas vive como num estado de natureza em condição de fragilidade e de medo;
Neanderthal (de 200 mil a 40 mil anos atrás) aperfeiçoa as armas e desenvolve um culto dos mortos, criando gestos estéticos, visíveis nas pinturas.
Homo sapiens (homem sábio), possui características atuais, possui linguagem, elabora múltiplas técnicas, educa seus filhos, vive de caça, é nômade, é artista (arte naturalista e animalista), está impregnado de mito, crenças e cultos, vive dentro de uma mentalidade primitiva entre mito e realidade, raciocínio concreto e subjetivo, ligado aos conceitos-imagem e pré-lógico, intuitivo e não argumentativo.
A educação dos jovens e das crianças se torna imprescindível, é a partir da educação que homem irá transmitir sua cultura e principalmente irá marcar a sobrevivência do grupo, isto é, dar continuidade a humanidade, nessa educação tudo lhe é ensino, como deve agir, quando se deve procriar, casarem-se, tudo é ensinado através da imitação, oralmente, através das experiências aprendem o uso das armas, a caça e a colheita, o uso da linguagem, o culto dos mortos, os rituais religiosos, as técnicas de transformar e dominar a natureza.
Enfim a época do Neolítico (pedra nova ou pedra polida, cerca de 8 ou 10 mil anos atrás), período de grande revolução cultural, nascem as civilizações agrícolas e suas técnicas de plantação, os grupos formam aldeias, feudos e se aperfeiçoam nos campos, criam animais, se tornam artesãos e então, ocorre a divisão social do trabalho. Na maioria das sociedades, o homem domina a mulher, formando sociedades patriarcais, formadas por senhores, escravos, mulher e filhos, depois há um período de exaltação a mulher a Grande Mãe. O período neolítico acontece uma revolução educacional, fixa uma divisão educativa paralela ao trabalho, o papel sexual, papéis sociais, competências, autoridades, as especialidades tomarão conta do novo homem.





Figura 1 - Australopithecus
“Fonte: http://livelikedirt.blogspot.com.br/2011/06/hey-australopithecus-wheres-your.html”.

Figura 2 - Pitecanthropus
“Fonte: http://fabiopestanaramos.blogspot.com.br/2011/08/o-surgimento-do-homem-os-primeiros.html”.








Figura 3 – Neandertais

“Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/nove-mitos-e-verdades-sobre-os-neandertais”.

Figura 4 – Homo Sapiens
“Fonte: http://arf.berkeley.edu/then-dig/2011/05/were-archaic-homo-sapiens-alone-in-europe/”.



2.I.2 – PERÍODO ORIENTAL

            O ocidente dominou o planeta com suas ideias, seus pensamentos, a educação, a arte sempre é representada pelo mundo ocidental europeu, principalmente e americano influencia muito. Mas, há também o mundo oriental, e este se deve principalmente a China, a India, países antigos, onde se observa uma sociedade de castas, de classes, rígida onde um componente de uma casta ou de uma classe não se torna de outra, ou seja, não há mobilidade social, embora haja desigualdades sociais, visto que algumas castas e classes são mais privilegiadas que outras, a educação nesses países eram rígidas, somente detinha da escrita alguns, pois estava ligada a religiosidade, a escola era tradicional, dividida em classes, o ensino era baseado na religião, fortemente rígido.

Figura 5- Educação Oriental

2.I.3 – PERÍODO GREGO

            O mundo é fortemente influenciado pela Grécia, lugar onde ocorria o comércio, onde havia relações comerciais entre os gregos e vários povos, essa relação é um marco importante na história, são essas ideias que dominarão o ocidente, os filósofos que sobressaíram nessa época, representa o pensamento atual e contemporâneo, são eles: Sócrates, que não escreveu nada, seus ensinamentos eram orais, foi condenado à morte e tomou um veneno, aceitando essa condição uma vez que foi julgado que ele com seus ensinos corrompiam a mente dos jovens, Platão seu discípulo, é que escreve sobre seus diálogos, um livro muito importante é A REPÚBLICA, nesta obra Platão idealiza uma cidade, e diz tudo como deve ser feito para viver bem em sociedade. Sua obra é toda escrita em diálogos de Sócrates com Grauco, Adimanto, Céfalo, Polemarco, onde se observa crítica aos sofistas que ensinam, somente em troca de dinheiro, sendo que Sócrates não cobrava por seus ensinamentos, os sofistas se preocupavam com a persuasão e Sócrates com a verdade. Nos diálogos, fazia com que o outro buscasse a verdadeira definição sobre os assuntos da cidade, começavam com uma definição, que logo ele desconstruía e começavam a construir juntos os verdadeiros conceitos. Nietzsche irá fazer crítica ao pensamento socrático-platônico, dizendo para que e porque a verdade? Para Nietzsche, a verdade é nosso medo de morrer, porque não conhecemos as coisas e temos medo delas é que corremos atrás da verdade. A ideologia, o mundo das ideias de que Platão irá expor em sua obra, depois é tomada por outros pensadores que irão tirar do mundo científico e levará para o campo religioso, para a RELIGIÃO e é nesse momento que proliferam essas ideias para Nietzsche, dessa maneira o homem cria a imagem de Deus em si, e cria um homem que nunca ele conseguirá alcançar. A morte de Deus para Nietzsche é o início da modernidade, onde em nome da ciência, o homem tira Deus do primeiro plano e coloca o homem cientista. Assim, se hoje tenho uma dor de cabeça, não rezo para Deus me curar e sim, vou ao médico, e este indicará um remédio que me curará. Não é dizer que não acreditamos em Deus, mas que Ele ficou em segundo plano.
            A educação na Grécia é voltada para o corpo e a alma, a arte através da música, da pintura, do teatro, servirá para o crescimento da alma; a ginastica é para o corpo. Os ensinamentos ocorrem pelo mito, pois a Grécia é recheada de fábulas e mitos, onde os principais autores são: Homero e Hesiodo. Platão dirá o que deve ou não ser contado sobre essas fábulas, para não corromper as crianças, no último livro da obra retirará a arte da educação, porque sua tese é que a arte representa uma mentira, e que no mundo das ideias, que é o mundo de Deus, que é o pensamento, lugar onde criamos a verdade das coisas. No diálogo, ele dirá, por exemplo, que a cama quando o artesão a faz pode ser quadrada, redonda, de madeira, ou de qualquer outro material, mas que a verdadeira cama, está em nossas ideias que foi criada para o descanso do ser humano, o artesão cria variados tipos, que são apenas imitação do que seria a ideia de cama, e por isso é afastado a dois graus da natureza e da verdade; o pintor, o artista está afastado a três graus da natureza e da verdade, porque na cama pintada não se utiliza para o descanso, que é a verdadeira função da cama, logo é aparência, é mentira. E, como as crianças não tem o farmacon, que é o antídoto para saber o que é ou não a verdade, assim, por conseguinte a arte terá que ser banida da educação. Nietzsche, critica esse pensamento, em que o mundo das ideias é que é real, e na sua releitura dos pré-socráticos, pois era um filólogo, percebe o homem, um ser com percepções, onde há cheiros, sabores, dotado instintos, os quais moralmente corrompem essas ideias, mas que é real no homem real e concreto. Esse pensamento do mundo das ideias, tira o homem de cena, a ideia de que há o paraíso, tira o homem do mundo real e o leva a acreditar que irá para esse novo mundo, o que não necessariamente ocorrerá, é uma promessa. A modernidade também tira o homem do mundo presente real e o leva acreditar que no futuro, tudo será melhor, no futuro teremos nossos desejos concretizados e assim por diante, o qual Nietzsche chamará de niilismo. Para Nietzsche, o homem tem que se superar, ele precisa estar presente, não deve se ligar ao passado e nem ao futuro e muito menos a promessas de idealistas, o super-homem é um ser sensível, e, portanto ético, que parte para o confronto e que se supera a cada dia e a cada ação, é o momento de cada relação entre nós humanos que nos superamos, somos hostis, estamos vivendo ainda um período primitivo, temos que nos transformar nesse super-homem.
            Aristóteles, em sua obra A POLÍTICA, trará exemplos reais, das sociedades de sua época, faz a análise do que representa ser melhor, e do que não funciona. Utilizará um método que pega o todo e divide em partes para entender melhor os conceitos. Método indutivo e dedutivo de raciocinar, esse método consiste em argumentar do geral para o particular. Aristóteles fundou o Liceu onde ensinava uma espécie de escola, mas ainda muito elitizada, a educação fazia parte dos filósofos, dos cidadãos, homens livres, os escravos e as mulheres não participavam. Aristóteles fará algumas críticas a Platão, referente às mulheres e crianças serem comuns a toda sociedade, o que ele reprovava, pois os laços de afetividade são importantes para o controle social, o respeito, o amor faz com que os filhos estejam submetidos aos laços familiares, onde se pode ver melhor a obediência. Nietzsche dirá que a primeira coisa que aprendemos é a obedecer, não o pai ou a mãe, mas a vida, a natureza, pois se não a obedecermos, não atingiremos nada, a liberdade não existe, o que há é que ao observarmos a vida, em um momento podem-se encaixar nossos desejos, por isso, deve-se estar focado no presente e sempre observando tudo a nossa volta, para apreendermos esse momento. Para Aristóteles a melhor maneira de viver bem na pólis, é através da educação, o homem é um ser social e cívico, condicionado a coletividade, e é através da palavra, que se relaciona, a justiça nasce na política, que é a própria relação entre as pessoas, autoridade, poder simbólico o poder da palavra, e consequentemente, o poder da educação sobre essas relações, ditando o que deve ou não ser feito para o bem de todos. A política aristotélica é essencialmente a vida à moral, porque o fim último do estado é a virtude, isto é, a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso. O Estado é um organismo moral. A ética é a doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social. A família tem um fim educativo e econômico. É tarefa essencial do Estado a educação, formando homens liberais, através da poesia da música e não máquinas, onde faz à crítica a educação de Esparta.
Por conseguinte, é evidente que o Estado é uma criação da natureza e que o homem é, por natureza, um animal político. E aquele que por natureza, e não por mero acidente, não tem cidade, nem Estado, ou é muito mau ou muito bom, ou sub-humano ou super-humano como o guerreiro insano condenado, nas palavras de Homero, como “alguém sem família, sem lei, sem lar”, porque uma pessoa assim, por natureza amante da guerra, é um não-colaborador, como uma peça isolada num jogo de damas. É evidente que o homem é um animal mais político do que as abelhas ou qualquer outro ser gregário. A natureza, como se afirma frequentemente, não faz nada em vão, e o homem é o único animal que tem o dom da palavra. E mesmo que a mera voz sirva para nada mais do que uma indicação de prazer ou de dor, e seja encontrado em outros animais (uma vez que a natureza deles inclui apenas a percepção de prazer e de dor, a relação entre elas e não mais que isso), o poder da palavra tende a expor o conveniente e o inconveniente, assim como o justo e o injusto. E é a associação de seres que têm uma opinião comum acerca desses assuntos que faz uma família ou uma cidade.
         O Estado tem, por natureza, mais importância do que a família e o indivíduo, uma vez que o conjunto é necessariamente mais importante do que as partes. (...) Mas a justiça é o vínculo dos homens, nos Estados; porque a administração da justiça, que é a determinação daquilo que é justo, é o princípio da ordem numa sociedade política. (ARISTÓTELES, A POLÍTICA, 2000, p.146 e 147).

Figura 6 – Período Grego


2.I.4 – PERÍODO ROMANO

A educação era moral e física para os romanos, ou seja, a educação para os guerreiros. Procurava-se o ideal entre direitos e deveres, por isso os romanos foram fundamentais para evolução do sistema judiciário contemporâneo, a eles se devem o direito internacional, pois para os romanos como foram conquistadores e papel importante na história, através do Império Romano, dominavam terras estrangeiras, e logo vinham os problemas jurídicos, os quais resolviam através da ius gentium ou jus gentium. O texto base da educação romana eram as Doze tábuas, exposto publicamente no fórum, como deveriam agir os romanos. Era uma sociedade patriarcal, agrícola, tinha religiosidade expressa por deuses, cultuavam seus deuses através de rituais, quando uma mulher se casava, teria que cultuar os deuses da família de seu marido. A mãe romana ensinava seus filhos como se comportar e designava quais seriam seus mestres pedagogos. As mulheres eram educadas para o casamento.


2.I.5 – PERÍODO MEDIEVAL

A Idade Média ou Medieval é conhecida como a época das trevas, é caracterizada pela ação da Igreja Católica sobre a sociedade, a religião tomou conta da política, do setor público e do privado, tudo era ensinado conforme os ditames da igreja era uma educação conservadora, diferente do mundo grego que era liberal e da educação romana que era prática. Muitos livros foram proibidos de serem lidos, a matemática era abominada, só poderiam aprender o que fosse de Deus, caso contrário, poderiam ser condenados, o Direito é chamado de Direito Canônico, nessa época, pois foi fortemente influenciado pela instituição religiosa. Fundaram a companhia de Jesus (os jesuítas), na América, os jesuítas vinham para ensinar e catequisar os índios. A escola era desenvolvida através dos ensinamentos de fé cristã, mas é ao período medieval que se deve o modelo de escolas que temos até hoje, onde um professor ensina para muitos, e que tem que passar as informações para outra autoridade, que no caso eram os representantes das igrejas (padres, bispos, madres, papas entre outros).

Figura 7 – Período Medieval

“Fonte:  http://www.pedagogia.com.br/historia/medieval.php”.

2.I.6 – PERÍODO RENASCIMENTO

            O Renascimento assim como o iluminismo é conhecido como o século das luzes, onde autores importantes como Leonardo da Vinci, Rousseau, Thomas Hobbes, Maquiavel, Michelangelo, entre outros, foram importantes precursores do conhecimento, agora dissociando da Igreja Católica para um caráter humanista, onde ao invés de Deus - teocentrismo, o homem vira o centro de tudo - antropocentrismo, a descoberta das Américas, novos povos, outras crenças. A leitura de livros que eram proibidos pela igreja, a perda também de muitos livros que a igreja havia queimado.
            O Renascimento teve início na Itália, e se expandiu por toda Europa. A razão era o principal foco, era através da razão que tudo seria explicado. Portanto, a matemática e todas as ciências exatas como física, a química e até mesmo a biologia ganham total interesse nas mãos dos renascentistas, estes chegaram a grandes descobertas nessas áreas. Estudava-se filosofia e todas as áreas principalmente a arte, foi muito desenvolvida nessa época. Não se tratavam de especialistas, estudavam de tudo, eram filósofos, matemáticos, físicos, astrônomos, artistas etc.





Figura 8 – Período Renascimento


Figura 9 – Pintura Renascentista

“Fonte: http://www.alunosonline.com.br/historia/idade-moderna.html”.

2.I.7 – PERÍODO MODERNO

O período moderno é marcado pelo surgimento da sociedade civil organizada, com a separação da igreja e do Estado. Com a consolidação da burguesia e do modo de produção capitalista, que por hora ainda se apresentava como absolutismo e mercantilismo. Os burgueses através da Revolução Francesa e Revolução Industrial, passam a dominar o mundo, através do modo de produção, viramos pois, segundo Karl Marx, mercadorias, o homem não tendo o que comer, o que beber e o que vestir que são necessidades básicas, se vende, através de seu trabalho, e portanto, somos coisas e nos relacionamos com essas coisas, é o fetichismo da mercadoria, em sua tese de doutorado, esboçará todos os conceitos que desvenda toda realidade capitalista. O poder dominante, a alienação dos proletariados. A educação capitalista, especializada, voltada somente para os interesses do mercado e da divisão social do trabalho, aos interesses de quem domina a economia política.      A indústria, representante oficial do capital, a qual a educação também se submeterá, a escola virando mercado e a escola preparando para o mercado de trabalho. A família e a escola são as instituições responsáveis pela educação da infância, a mulher após o positivismo, volta para casa, por afeto ao bebê que necessita dela e cuidar da casa, o homem vai para o trabalho e sustenta economicamente essa casa. As escolas apresentam crianças maiores que tratam com agressividade os menores, uma escola tradicional, com grandes influencia da educação das igrejas.
Figura 10 – Período Moderno
“Fonte: http://www.ipbetania.org.br/do-periodo-moderno-1750-ate-o-presente/”.


2.I.8 – PERÍODO CONTEMPORÂNEO

            Uma escola com o pensamento voltado para a crítica, para interpretação, mas apesar dessa ideia de liderança e de um pensamento de escola nova, ainda apresenta o modelo tradicional. Os alunos fazem fila, há avaliações, provas tradicionais para saber se houve ou não aprendizado, o aluno chega à prova, condenado, assim terá que provar se realmente estudou, se está sabendo a matéria. As universidades ainda muito elitizadas, embora haja leis, sensíveis às desigualdades sociais, cotas para negros, cotas para indígenas, cotas para baixa renda entre outras.
            Ausência da família na educação infantil, o que acaba sobrecarregando a escola, tendo que resolver assuntos que deveriam ser da alçada dos pais. Essa ausência se dá principalmente pela falta de tempo dos pais, porque trabalham para sustentar a família.
            Problemas sociais como o uso de drogas lícitas e ilícitas, que chegam às escolas e se alastram entre os alunos, sendo fator de desistência de muitos estudantes e perda da pessoa em relação à sociedade, para o mundo do crime. Embora se saiba que o crime é comum na sociedade, segundo Durkheim, não há sociedade sem crime.
            O trabalho infantil também atrapalha a educação, como a família é pobre, tem que levar a criança para o trabalho tão cedo, retirando ela da escola, principalmente acontece em lugares distantes, onde até mesmo a escola fica a longas distâncias da residência da criança, outro fator de evasão escolar.
            No mundo contemporâneo ocorre a globalização, transformações econômicas, sociais, políticas, financeiras, o desenvolvimento tecnológico, um grande avanço, um mundo acelerado aonde as informações chegam instantaneamente através das redes sociais, isto é, da internet. Segundo a filósofa Viviane Mosé, a educação é como a fábrica e está fragmentada e segmentada como as indústrias, são separadas em série, entre uma disciplina e outra há o sinal, que também tem na fábrica, acontece à aula de Língua Portuguesa e após 45 minutos, o sinal, vai para aula de Matemática, um novo sinal e aula de Artes. A educação parece uma prisão e um reformatório, não tem espaço suficiente para se relacionar, são trancadas e isoladas, as famílias colocam as crianças na escola, porque não podem ficar nas ruas, por causa das drogas, do crime, mas é a escola capaz de cuidar desse aluno? Entretanto, a escola fraca, não há aula de cidadania, os alunos não podem sair e se formar um cidadão livre, para expor suas idéias e relacionar os conteúdos com a vida real. A escola como prisão e reformatório faz do aluno uma pessoa passiva, sem consciência política, sem consciência crítica, apesar de que se tornam disciplinados, mas não produzem criações novas, e sim ocorre uma passiva repetição. Não é nas escolas que tudo vai ser resolvido, o pensamento do aluno, a moral, a ética, o indivíduo precisa discutir e debater sobre o quer fazer de sua vida, a pessoa tem que formar um cidadão pensante, crítico e decidir sobre a própria vida. Viviane Mosé culpa o idealismo platônico, pela educação não conseguir formar líderes, porque no ideal platônico, quanto mais o conhecimento se assemelha a uma abstração do pensamento, maior é a sabedoria, mas e a vida real, nossos sentidos, há maior valorização da idéia do que da própria vida. Não se deve privilegiar somente a palavra, mas principalmente a ação. A escola está tão fragmentada que não percebemos o todo. Ser ético não é ser bonzinho com alguém e sim cuidar de nós mesmos, porque assim estaremos cuidando do outro.
            A educação à distância como veículo para manter o ensino para quem não tem tempo normal disponível, e, portanto tem de fazer o seu horário, ou mora longe dos centros, onde existem escolas e universidades. Ainda muito discriminado, porém eficiente e eficaz para muitos alunos, que ao invés do preconceito, resolvem encarar essa nova caminhada da educação, crescente e interessante, é sobre ela que falaremos nesse trabalho, ou seja, na substituição de uma escola tradicional por uma escola à distância, presencial, semipresencial e totalmente a distância, e por isso o motivo da troca de mídias impressas por mídias audiovisuais e digitais, embora o aluno possa a qualquer momento de onde estiver também imprimir algum  material, caso deseje, ou se assim preferir.

Figura 11 – Período Contemporâneo






3. CAPÍTULO II – MODALIDADES DE EDUCAÇÃO
3.II.1- EDUCAÇÃO BÁSICA

A educação básica tem como objetivo desenvolver o educando, assegurando ao aluno a compreensão e formação comum para a cidadania e fornecendo meios para que possa crescer no trabalho. Compõe a educação básica: a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. É na educação infantil que tratará de perceber as etapas conhecidas de Piaget, para poder fazer o trabalho dar certo, com os pequenos da educação infantil. Representa a primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento da criança até 6 anos de idade em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social, junto com a ação da família e da comunidade, a escola contribuirá para a formação desse indivíduo. A educação infantil é um dever do Estado e está em nossa Constituição Federal de 1988, que é segundo Kelsen a nossa carta magna, superior, todas as outras normas e leis se submetem a ela, sendo dever do Estado e dos pais matricular todas as crianças e inseri-las na escola. O município é incumbido de construir escolas, segundo a LDB/96, embora haja escolas estaduais para a educação infantil. A educação infantil deve ser oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças até 3 anos de idade e em pré-escolas, para crianças de 4 a 6 anos de idade. A avaliação, na educação infantil, destina-se ao acompanhamento e ao registro do desenvolvimento da criança.
A titulação exigida para o professor atuar na educação infantil é a licenciatura ou o curso normal superior, sendo admitida a formação em nível médio, na modalidade magistério.
O ensino fundamental é a etapa obrigatória da educação básica. A oferta do ensino fundamental gratuito estende-se a todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria, que seria entre 7 e 14 anos, por isso hoje há educação de jovens e adultos.
O objetivo desse ensino é a formação básica do cidadão. O desenvolvimento do educando apresentando a capacidade de aprender, ler, escrever e calcular. A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores que se fundamenta a sociedade. Conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores. O fortalecimento da família, da solidariedade humana, tolerância recíproca em que se assenta a vida social. O ensino fundamental é ministrado todo em Língua Portuguesa. A nova lei da educação faculta aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos. Embora o ensino fundamental, como também toda a educação básica, pode organizar-se pro séries anuais, por períodos semestrais, por ciclos, por períodos de estudos, por grupos não seriados, por idade, por competência ou por qualquer outra forma que o processo de aprendizagem requerer. Neste trabalho será tomado como séries anuais. A jornada escolar deve ser ao menos de quatro horas de efetivo trabalho em sala de aula, sendo progressivamente ampliada para tempo integral, a critério dos sistemas de ensino. Neste trabalho serão presenciais quatro horas por dia, e integral, cabendo ao aluno à flexibilidade de sentir que necessita ou não de mais horas para entendimento de conteúdo e exercícios, nos casos presenciais, semipresenciais e a distância. Os alunos levam em média 10,4 anos para concluir os oito anos de escolaridade obrigatória do ensino fundamental.
O ensino médio é a última etapa da educação básica e com três a quatro anos, de duração, esse nível de ensino perdeu a obrigatoriedade de habilitar para o trabalho, formando profissionais, algo que passou a ser facultativo. O ensino médio tem por finalidade a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo; o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. O nível médio se comporta como propedêutico, técnico e humanístico. O primeiro se refere a um ensino para preparação e continuação de estudos, o segundo prepara para a mão-de-obra e o terceiro para uma compreensão humanística e cidadã.


3.II.2 - A EDUCAÇÃO SUPERIOR

A educação superior tem por finalidade formar profissionais nas diferentes áreas do saber, promovendo a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos e comunicando-os por meio do ensino. Tem como objetivo estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo, incentivando o trabalho de pesquisa e a investigação científica e promovendo a extensão.
O ano letivo regular nas instituições que oferecem o ensino superior é de 200 dias. A presença de professores e alunos é obrigatória, e o professor deve ministrar um mínimo de oito horas semanais.


3.II.3 – PÓS-GRADUAÇÃO

A pós-graduação é uma etapa da continuação de estudos, no qual o discente irá se especializar em uma área do saber, sendo esta superior à graduação, é científica, rigorosa, sistematizada, o TCC ou monografia são obrigatórios, pode ser presencial ou semipresencial e a distância, geralmente acontece em módulos. Se especializando o educando apresentará competência científica ou técnico-profissional, impossível de se adquirir no âmbito da graduação.
Apresenta-se como complemento da graduação, por exemplo, se o discente se formou em medicina, para complementar sua graduação o mesmo se especializa em cirurgia plástica, políticas de saúde, cardiologia, oftalmologia entre outros.
A pós-graduação pode ser uma especialização, mestrado ou doutorado.
Lato Sensu é a especialização e Stricto Sensu pode ser mestrado ou doutorado.  Qualquer pessoa poderá fazer mestrado ou doutorado, sem que tiver feito necessariamente a especialização. A especialização deve ter no mínimo 360 horas.


3.II.4 – OS QUATRO ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DE PIAGET

Jean Piaget nasceu na pequena cidade universitária de Neuchâtel, na Suíça, a 9 de agosto de 1896. Seu pai era um historiador especializado em Literatura Medieval e sua mãe é descrita como uma mulher inteligente e dinâmica. Aos 11 anos teve seu primeiro artigo publicado em uma revista de História Natural, artigo  em que descrevia com grande detalhe  e riqueza de observação, uma andorinha albina vista em um parque. Estudou filosofia e se interessou por Epistemologia, ramo da filosofia relacionado com o estudo do conhecimento. Aos 21 anos, obteve o grau de doutor em Filosofia, apresentando tese sobre os moluscos da região de Valais na Suíça. É interessante notar que apesar de considerado um dos maiores psicólogos do Desenvolvimento, Piaget é um biólogo por formação e um epistemólogo por interesse. Depois de completar o doutorado, Piaget partiu para explorar a Psicologia em Zürich, onde trabalhou em dois laboratórios e na clínica psiquiátrica de Bleuler, tomando contato então com as idéias de Freud e Jung.
Piaget foi formado em biologia, influenciado por sua formação desenvolveu um trabalho sobre o desenvolvimento cognitivo da criança. Definiu a inteligência como processo básico da vida que ajuda um organismo a se adaptar ao seu ambiente. Piaget entende adaptação com a capacidade da pessoa em resolver uma situação imediata para sua vida, como a criança que estando faminta coloca a mamadeira na boca para se alimentar e o adolescente que em viajem é capaz de interpretar um mapa, por exemplo, na Google, quando faz uma pesquisa na internet.  Ao amadurecer as crianças desenvolvem estruturas cognitivas mais complexas, que a auxiliam em seu próprio ambiente.
Uma estrutura cognitiva – ou o que Piaget denominou esquema – é um padrão organizado de pensamentos ou ações usados para lidar com ou explicar algum aspecto da experiência.
Piaget irá propor quatro estágios de desenvolvimento cognitivo ou grandes períodos de desenvolvimento cognitivo. São eles: o período sensório-motor (do nascimento aos 2 anos de idade), o período pré-operacional (dos 2 anos  ao 7 anos de idade), o período operacional concreto (7 aos 11 ou 12 anos de idade) e o período das operações formais (11, 12 anos em diante). Esses estágios Piaget denominou seqüência desenvolvimental invariante – ou seja, as crianças se desenvolvem por meio desses estágios exatamente na ordem em que estão apresentados. Não podem pular estágios, porque cada um deles é construído sobre o estágio anterior, como um circuito em série, e representa uma maneira mais complexa de pensar.





Tabela 1 – Estágios do Desenvolvimento Cognitivo de Piaget

Idade
Aproximada
Estágio
 Esquemas primários ou método de
representação da experiência
 Principais aquisições
Do nascimento
aos 2 anos
Sensório-motor
Bebês usam as capacidades sensoriais e motoras para explorar e adquirir um entendimento básico do ambiente. Ao nascer, apenas possuem reflexos inatos para se engajar no mundo. Ao fim desse possuem reflexos inatos  para se engajar no mundo. Ao fim desse estágio, são capazes de complexas coordenações sensório-motoras.
Crianças adquirem um senso primitivo do eu e outros, aprendem que os objetos continuam a existir quando não podem ser vistos (permanência do objetos), e começam a internalizar esquemas comportamentais para produzir imagens ou esquemas mentais.
Dos 2 anos
Aos 7 anos
Pré-operacional
As crianças usam simbolismos (imagens e linguagem) para representar e entender vários aspectos do ambiente. Elas respondem a objetos e eventos de acordo com o que as coisas aparentam ser. O pensamento é egocêntrico, o que significa que  a criança pensa que todos vêem o mundo como ela.
As crianças tornam-se imaginativas em suas brincadeiras. Gradualmente, passam a reconhecer que outras pessoas nem sempre percebem o mundo assim como elas.
Dos 7 anos
Aos 11 anos
Das operações
concretas
As crianças adquirem  e usam operações cognitivas (atividades mentais que compõem o pensamento lógico).
As crianças não são mais enganadas pelas aparências. Ao se apoiarem nas operações cognitivas, passam a entender as propriedades básicas das relações entre os objetos e os eventos do mundo diário. Estão se tornando mais proficientes em inferir motivos ao observar o comportamento de outros e as circunstâncias em que ocorrem.
Dos 11anos
em diante
Das operações
formais
As operações cognitivas do adolescente são reorganizadas de modo a permitir que operem sobre operações (pensar sobre o pensamento). O pensamento é sistemático e abstrato
O pensamento lógico não está mais limitado ao concreto ou observável. Adolescentes adoram se envolver em discussões hipotéticas e, como resultado, pode tornar-se bastante idealistas. São capazes de raciocínios sistemáticos e dedutivos os que lhes permite considerar diversas soluções possíveis para um problema e, assim, escolher a resposta certa.
“Fonte: David R. Shaffer (2005, p.52)”.

A maior parte dos estudiosos de Piaget considera para finalidades de sistematização que podemos distinguir três aspectos fundamentais na teoria de Piaget, a saber: conteúdo, estrutura e função.
Conteúdo: Refere-se aos dados comportamentais, ou seja, aquilo em que o indivíduo está pensando, seus interesses, ou como ele resolve um problema. Os conteúdos são manifestos e sugerem diferenças na maneira de pensar. Em seus primeiros trabalhos, Piaget focalizou conteúdos do pensamento infantil. Perguntando à criança, por exemplo, <<o que faz as nuvens se moverem>> e perguntas semelhantes, analisava o conteúdo das respostas comparando-as com as dos adultos. (...) Para Piaget, o interesse principal sempre foi a investigação teórica e experimental do desenvolvimento qualitativo de estruturas intelectuais.
Estrutura: Este é um conceito nitidamente de caráter biológico. O desenvolvimento da inteligência é afetado por fatores biológicos, um dos quais é a transmissão hereditária de estruturas físicas, como o sistema nervoso próprio da espécie. Outro tipo de estrutura hereditária seriam as reações comportamentais automáticas, isto é, os reflexos, como o de sucção, o de preensão e outros.
[...]
Função: Outro aspecto importante da teoria de Piaget é o conceito de função. Piaget afirma que todas as espécies herdam duas tendências básicas ou funções variantes: adaptação e organização.
Organização: Refere-se à tendência  de todas as espécies de sistematizar e organizar seus processos  em sistemas coerentes, que podem ser físicos ou psicológicos. Entre os físicos, temos como exemplo o aparelho circulatório, ou o digestivo, onde há  uma organização das estruturas menores em uma hierarquia. No plano psicológico, vemos que o bebê inicialmente tem os esquemas isolados de <<olhar>> e o de << preensão>> mas não os integra. Gradualmente aprende a  combiná-los de forma a <<estender a mão para segurar o objeto que ele vê>>.
Adaptação: Todos os organismos têm a tendência a se adaptar ao ambiente (outra noção nitidamente biológica).
A adaptação envolve um equilíbrio entre dois processos complementares: acomodação e assimilação.
A acomodação refere-se a mudanças que o organismo faz em suas estruturas a fim de poder lidar com estímulos ambientais. Na acomodação o organismo se transforma para poder lidar com o ambiente. A assimilação refere-se ao processo em que não o organismo, mas o objeto é que é transformado e se torna parte do organismo. (BIAGGIO, 2008, p.58 – 60).


Figura 12 – Piaget



“Fonte: http://faculty.frostburg.edu/mbradley/psyography/jeanpiaget.html”.

Figura 13 – Piaget em suas pesquisas









4. CAPÍTULO III - DIDÁTICA

A Pedagogia é o estudo sistemático da educação. É a reflexão sobre as doutrinas e os sistemas de educação. A Didática é uma seção ou ramo específico da Pedagogia e se refere aos conteúdos do ensino e aos processos próprios para a construção do conhecimento.  Enquanto a Pedagogia pode ser conceituada como a ciência e a arte da educação, a Didática é definida como a ciência e a arte do ensino.
 A Didática magna é aquela em que se aprendeu o máximo e se teve o mínimo de esforço, logo ela é ponto fundamental deste projeto, que tem o objetivo de ensinar com prazer e alcançar os melhores resultados. Ao professor caberá utilizar uma didática de ensino, no qual favoreça e aqueça a motivação do aluno, para as buscas e pesquisas dos assuntos abordados, temas livres, mas amarrados numa linha de pesquisa serão oferecidos como meio de conhecer sobre a matéria e ao mesmo tempo, ter habilidade de escolhas e decisões na elaboração e resolução dos exercícios e tarefas.
Seminários, debates e discussões também são bem vindos, uma vez que estimula o educando a ir atrás de informações, incentiva a crítica e prepara líderes. Porque é através da palavra, ou seja, do poder simbólico da palavra e autoridade que se pode conquistar credibilidade no mundo científico.
Artigos serão pedidos, para que se tenha o hábito, já no ensino fundamental e médio de escrever sobre um autor, um tema. Estimulando o aluno para que consiga publicar em alguma revista seus escritos e que o mesmo possa dar continuidade se assim preferir no assunto abordado nesse período.
Não será um ensino dominado, determinado pelo professor, e sim um ensino contemporâneo que liberta o aluno e o deixa produzir coisas suas, utilizando de sua criatividade e imaginação.
Como se sabe a Didática não tem como tratar de ensino sem antes observar o aprendizado, que é de suma importância. Não é decorar, é aprender, é apreender, é estar presente, ativo se assim desejar para expor suas idéias, é trabalhar em equipe, pensando no todo e não no individual.
Ao professor caberá uma avaliação do aluno em sala de sua participação e interesse, as provas serão objetivas, discursivas, porém com introdução e interpretação do assunto abordado, para que o aluno possa interpretar  corretamente e constatar que está aprendendo.
A leitura é fundamental, teremos desde a infância a determinação de incentivar a leitura, o aluno irá para a biblioteca, conhecer o acervo, a bibliotecária ensinará como fazer a pesquisa para encontrar os livros, que estão nas estantes devidamente catalogados. O bibliotecário utilizará o CDU (Classificação Decimal Universal) e a tabela de Cutter para catalogar os livros, como se sabe cada numeração corresponde a uma área do conhecimento. Assim se saberá desde o ensino fundamental que a classificação 0 ensina sobre a Metodologia  e pesquisa, 1 trata da Filosofia, 2 da Religião, 3 Ciências Humanas ( Economia, Ciência Política, Direito) e assim por diante. Pretende-se desde cedo iniciar o aluno na visita a biblioteca, que é o lugar onde estão nossas repostas sobre muitas coisas e nosso meio de produzir e contribuir para a educação.
Para Sócrates o saber não é algo que alguém (o mestre) transmite à pessoa que aprende (discípulo). O saber, o conhecimento, é uma descoberta  que a própria pessoa realiza. Conhecer é um ato que se dá no interior do indivíduo. A função do mestre, segundo Sócrates, é apenas ajudar o discípulo a descobrir, por si mesmo, a verdade.
O método socrático foi denominado de ironia e tem dois momentos: a refutação e a maiêutica.
 Na refutação, Sócrates levantava objeções às opiniões que o discípulo tinha sobre algum assunto e que julgava ser a verdade. De objeção, o aluno ia tentando responder às dúvidas levantadas por Sócrates até que, se contradizendo cada vez mais, admitia sua ignorância e se dizia incapaz de definir o que até há pouco julgava conhecer tão bem. Essa etapa do método tinha como objetivo libertar o espírito das opiniões, pois segundo Sócrates a consciência da própria ignorância é o primeiro passo  para se encaminhar na busca da verdade.
 Tendo o discípulo tomado consciência de que nada sabia, Sócrates passa então para a segunda parte de seu método, que ele mesmo denominou maiêutica.
Partindo do conhecido para o desconhecido, do fácil para o difícil, Sócrates vai fazendo a seu discípulo uma série de perguntas que o leva a refletir, a descobrir e a formular as próprias respostas.
 Sócrates comparava esse trabalho ao de sua mãe que era parteira, pois, da mesma forma que ela ajudava as mulheres a dar à luz seus filhos, ele ajudava seus discípulos a dar à luz as idéias. Daí o nome que atribui a seu método, pois, em grego, a palavra maiêutica designa o trabalho da parteira. (HAYDT, 2006, p. 15 e 16).

John Dewey (1859-1952) a concepção que Dewey tinha do homem e da vida, e que serve de base à sua pedagogia, é de que a ação é inerente à natureza humana. A ação procede ao conhecimento e o pensamento. Antes de existir como ser pensante, o homem é um ser que age. A teoria resulta da prática. Logo, o conhecimento e o ensino devem estar intimamente relacionados à ação, à vida prática, à experiência. O saber tem caráter instrumental: é um meio para ajudar o homem na sua existência, na sua vida prática.
Este projeto assim como John Dewey integra aquilo que o homem tem feito na prática e que repercutiu na educação, a tecnologia hoje, é algo real que faz parte da vida de todos e, portanto com o tempo junta-se experiência e agimos conforme a divisão social do trabalho nos conduz. A escola é uma extensão do trabalho, a escola é também um meio de adquirirmos conhecimento para o mercado de trabalho e por isso é visto como uma fábrica de saberes. Assim como Dewey a escola requer ação humana, o agir, a manifestação da vida prática é analisada e é objeto de estudos e definições de conceitos epistemológicos.
Para Dewey, o homem é um ser eminentemente social. Assim sendo, são as necessidades sociais que norteiam sua concepção de vida e educação.
A escola assim como a sociedade é dinâmica, e isso ocorre devido ao fato de que ela faz parte das relações humanas, estas modificando, transforma a sociedade, assim o que era permitido antes não o é mais permitido no mundo contemporâneo. Isso faz com que as pessoas adoram, porque percebem – sim, tudo muda; outras detestam – que horror tudo muda. O que importa para nós não é julgamento de valores, mas entender que tudo muda. Pois como diz Aristóteles o homem é condicionado à coletividade, é um ser social, e a escola é uma instituição de controle social importantíssima para a manutenção da coesão social. O trabalho, no ponto de vista de Durkheim, gera entre os indivíduos a solidariedade orgânica, que é um laço que une a sociedade, dessa forma, por exemplo, se temos uma professora que leciona o dia todo, logo ela terá que contratar uma baba para ficar com seus filhos, terá que contratar uma empregada doméstica para cuidar de sua casa, pode contratar um Buffet para fazer a festa de seu filho, por não ter tempo de fazer as guloseimas, entre outros serviços, conseqüentemente, esses outros trabalhos irão demandar outras especialidades, outros conhecimentos que terão que ser adquiridos para prestar os serviços, a escola tratará de preparar essas pessoas para o mercado de trabalho, surgem então novas leis e a sociedade mantém a coesão social através da justiça, representado pelo contrato social de Rousseau ou de Thomas Hobbes, assim como desejar a liberdade natural do homem ou o pacto, a convenção, o contrato através do Direito media a relação entre ambas as pessoas.
Para Dewey, os motivos morais devem estar a serviço de fins sociais. Dessa maneira, a educação deve trabalhar em prol da cooperação, da vida social e não ser um lugar isolado onde se aprende somente conteúdo. Naturalmente a criança gosta de agir, fazer, produzir, portanto não se pode podar esse perfil nato, então a escola tem deve respeitar esses princípios e trabalhar em prol do aprender fazendo, em ação constante, sempre produzindo coisas. O papel da escola não é entregar tudo pronto, mas incentivar a criança a buscar respostas as suas dúvidas, produzindo conhecimento.
A escola é um misto de educação à distância e educação presencial e semipresencial, então se preocupa com a interação aluno professor, com o treinamento do professor em relação à nova tecnologia. Pois é a tecnologia que levará o conteúdo, a forma e os métodos de aprendizado aos educando, assim são necessários ser eficaz e eficiente a competência dos colaboradores da tecnologia da informação.
O aluno terá flexibilidade para resolução e pesquisa dos temas propostos, isso se mostrará pelo tempo, pelo poder de informação disponível online. Entretanto, é da alçada do professor conduzir o aluno para o todo, para que não fiquem apenas com várias informações vazias, mas que saibam unir e verificar a conceituação e chegar à conclusão das teses levantadas.
A instituição se preocupa com a interatividade entre os alunos, formando assim chats e fóruns sobre variados temas e conduzindo os discentes a uma relação social em busca do conhecimento, da experiência prática e convidando a todos a agir, a ação, chamando todos para fazer história, produzir coisas. Farão artigos que pode ser disponibilizado no site da escola, o incentivo a formação do blog, do twitter entre outras redes sociais, será de suma importância para a novíssima escola.
A característica principal destas tecnologias é a interatividade, característica técnica que significa a possibilidade de o usuário interagir com uma máquina.
É fundamental esclarecer com precisão a diferença entre o conceito sociológico de interação – ação recíproca a diferença entre o conceito sociológico de interação – ação recíproca entre dois ou mais atores onde ocorre intersubjetividade, isto é, encontro de dois sujeitos – que pode ser direta ou indireta (mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, por exemplo, carta ou telefone); e a interatividade, termo que vem sendo usado indistintamente com dois significados diferentes em geral confundidos: de um lado a potencialidade técnica oferecida por determinado meio (por exemplo, CD-ROMs de consulta, hipertextos em geral, ou jogos informatizados), e, de outro, a atividade humana, do usuário, de agir sobre a máquina, e de receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele.
Em situações de aprendizagem à distância, a interação pessoal entre professores e alunos é extremamente importante e neste caso o uso do telefone pode ser de grande eficácia, sendo totalmente diferente do uso pelo estudante de um programa informático mesmo que este lhe ofereça muitas possibilidades interativas: na primeira situação há intersubjetividade e retorno imediato, troca de mensagens de caráter socioafetivo, enquanto na segunda há busca e troca de informações. Em ambas as situações podem e devem ocorrer aprendizagem, e os dois tipos de meios evocados podem e devem ser úteis e complementares para a EaD. (BELLONI, 2001, p.58).

 As avaliações dos estudantes serão feitas através de provas discursivas e objetivas online, em todas as avaliações os alunos poderão utilizar a internet como pesquisa e se direcionar a biblioteca se assim desejar, haverá provas orais através de debates e discussões sobre temas em grupos de preferência podendo ser também individuais, serão elaborados exercícios como tarefas e trabalhos. A nota tem um caráter qualitativo, onde o professor deve analisar o desenvolvimento de aprendizagem do aluno.
As questões podem ser de certo-errado (C ou E), questões de lacunas (para completar, questões de correspondência, questões de múltipla escolha, questões de interpretação de texto, questões do tipo “teste de respostas curtas” ou de evocação simples, questões de ordenação, questões de identificação, redações e artigos.



















5. CAPÍTULO IV – LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS

5.IV.1 -– Lei N. 10.172 DE 9 DE JANEIRO DE 2001


A Lei n. 10.172, de 9 de janeiro de 2001, aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências.
Art. 1º Fica aprovado o Plano Nacional de Educação, constante do documento anexo, com duração de dez anos.
Art. 2º A partir da vigência desta Lei, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, com base no Plano Nacional de Educação, elaborar planos decenais correspondentes.
Art. 3º A União, em articulação com os Estados, o Distrito Federal, os municípios e a sociedade civil, procederá a avaliações periódicas da implementação do Plano Nacional de Educação.
§ 1º O Poder Legislativo, por intermédio das Comissões de Educação, Cultura e Desporto da Câmara dos Deputados e da Comissão de Educação do Senado Federal, acompanhará a execução do Plano Nacional de Educação.
§ 2º A primeira avaliação realizar-se-á no quarto ano de vigência desta Lei, cabendo ao Congresso Nacional aprovar as medidas legais decorrentes, com vistas à correção de deficiências e distorções.
Art. 4º A União instituirá o Sistema Nacional de Avaliação e estabelecerá os mecanismos necessários ao acompanhamento das metas constantes do Plano Nacional de Educação.
Art. 5º Os planos plurianuais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão elaborados de modo a dar suporte às metas constantes do Plano Nacional de Educação e dos respectivos planos decenais.
Art. 6º Os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios empenhar-se-ão na divulgação deste Plano e da progressiva realização de seus objetivos e metas, para que a sociedade o conheça amplamente e acompanhe sua implementação.
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

5.IV.2 - Lei N. 9.394 DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
Da Educação
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.
TÍTULO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
TÍTULO III
Do Direito à Educação e do Dever de Educar
Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade. (Incluído pela Lei nº 11.700, de 2008).
Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo.
§ 1º Compete aos Estados e aos Municípios, em regime de colaboração, e com a assistência da União:
I - recensear a população em idade escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso;
II - fazer-lhes a chamada pública;
III - zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.
§ 2º Em todas as esferas administrativas, o Poder Público assegurará em primeiro lugar o acesso ao ensino obrigatório, nos termos deste artigo, contemplando em seguida os demais níveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais.
§ 3º Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judiciário, na hipótese do § 2º do art. 208 da Constituição Federal, sendo gratuita e de rito sumário a ação judicial correspondente.
§ 4º Comprovada a negligência da autoridade competente para garantir o oferecimento do ensino obrigatório, poderá ela ser imputada por crime de responsabilidade.
§ 5º Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente da escolarização anterior.
Art. 6o É dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula dos menores, a partir dos seis anos de idade, no ensino fundamental. (Redação dada pela Lei nº 11.114, de 2005)
Art. 7º O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional e do respectivo sistema de ensino;
II - autorização de funcionamento e avaliação de qualidade pelo Poder Público;
III - capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituição Federal.
TÍTULO IV
Da Organização da Educação Nacional
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão, em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
§ 1º Caberá à União a coordenação da política nacional de educação, articulando os diferentes níveis e sistemas e exercendo função normativa, redistributiva e supletiva em relação às demais instâncias educacionais.
§ 2º Os sistemas de ensino terão liberdade de organização nos termos desta Lei.
Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de ensino e o dos Territórios;
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo sua função redistributiva e supletiva;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nível de ensino;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade permanente, criado por lei.
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União terá acesso a todos os dados e informações necessários de todos os estabelecimentos e órgãos educacionais.
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de educação superior.
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados e aos Municípios.
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;
II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica.
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; (Redação dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinqüenta por cento do percentual permitido em lei.(Incluído pela Lei nº 10.287, de 2001)
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.
Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:
I - as instituições de ensino mantidas pela União;
II - as instituições de educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada;
III - os órgãos federais de educação.
Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:
I - as instituições de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo Distrito Federal;
II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público municipal;
III - as instituições de ensino fundamental e médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;
IV - os órgãos de educação estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.
Parágrafo único. No Distrito Federal, as instituições de educação infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.
Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:
I - as instituições do ensino fundamental, médio e de educação infantil mantidas pelo Poder Público municipal;
II - as instituições de educação infantil criadas e mantidas pela iniciativa privada;
III – os órgãos municipais de educação.
Art. 19. As instituições de ensino dos diferentes níveis classificam-se nas seguintes categorias administrativas: (Regulamento)
I - públicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder Público;
II - privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado.
Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias: (Regulamento)
I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as características dos incisos abaixo;
II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem fins lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade; (Redação dada pela Lei nº 12.020, de 2009)
III - confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;
IV - filantrópicas, na forma da lei.
TÍTULO V
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
CAPÍTULO I
Da Composição dos Níveis Escolares
Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio;
II - educação superior.
CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Seção I
Das Disposições Gerais
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas letivas previsto nesta Lei.
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a seqüência do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
VI - o controle de freqüência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações cabíveis.
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação adequada entre o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento.
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições disponíveis e das características regionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto neste artigo.
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil.
§ 2o  O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. (Redação dada pela Lei nº 12.287, de 2010)
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e européia.
§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.
§ 6o  A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.769, de 2008)
§ 7o  Os currículos do ensino fundamental e médio devem incluir os princípios da proteção e defesa civil e a educação ambiental de forma integrada aos conteúdos obrigatórios.     (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
§ 1o  O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
§ 2o  Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais.
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região, especialmente:
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural;
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas;
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Seção II
Da Educação Infantil
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
Seção III
Do Ensino Fundamental
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino.
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.
§ 5o  O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material didático adequado.      (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007).
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema transversal nos currículos do ensino fundamental.      (Incluído pela Lei nº 12.472, de 2011).
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso."
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino.
Seção IV
Do Ensino Médio
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as seguintes diretrizes:
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio. (Incluído pela Lei nº 11.684, de 2008)
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que ao final do ensino médio o educando demonstre:
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de estudos.
Seção IV-A
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-A.  Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único.  A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições especializadas em educação profissional. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-B.  A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida nas seguintes formas: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio.(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único.  A educação profissional técnica de nível médio deverá observar: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto pedagógico. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-C.  A educação profissional técnica de nível médio articulada, prevista no inciso I do caput do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de forma: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e podendo ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-D.  Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único.  Os cursos de educação profissional técnica de nível médio, nas formas articulada concomitante e subseqüente, quando estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o trabalho após a conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para o trabalho. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Seção V
Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
§ 3o  A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Da Educação Profissional e Tecnológica
(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 39.  A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 1o  Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 2o  A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II – de educação profissional técnica de nível médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 3o  Os cursos de educação profissional tecnológica de graduação e pós-graduação organizar-se-ão, no que concerne a objetivos, características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho. (Regulamento)
Art. 41.  O conhecimento adquirido na educação profissional e tecnológica, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão de estudos.(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 42.  As instituições de educação profissional e tecnológica, além dos seus cursos regulares, oferecerão cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade. (Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
CAPÍTULO IV
DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Art. 43. A educação superior tem por finalidade:
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua;
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração;
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade;
VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição.
Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas: (Regulamento)
I - cursos seqüenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino, desde que tenham concluído o ensino médio ou equivalente; (Redação dada pela Lei nº 11.632, de 2007).
II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;
III - de pós-graduação, compreendendo programas de mestrado e doutorado, cursos de especialização, aperfeiçoamento e outros, abertos a candidatos diplomados em cursos de graduação e que atendam às exigências das instituições de ensino;
IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino.
Parágrafo único. Os resultados do processo seletivo referido no inciso II do caput deste artigo serão tornados públicos pelas instituições de ensino superior, sendo obrigatória a divulgação da relação nominal dos classificados, a respectiva ordem de classificação, bem como do cronograma das chamadas para matrícula, de acordo com os critérios para preenchimento das vagas constantes do respectivo edital. (Incluído pela Lei nº 11.331, de 2006)
Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou especialização. (Regulamento)
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de avaliação. (Regulamento)
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão temporária de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. (Regulamento)
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências.
Art. 47. Na educação superior, o ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver.
§ 1º As instituições informarão aos interessados, antes de cada período letivo, os programas dos cursos e demais componentes curriculares, sua duração, requisitos, qualificação dos professores, recursos disponíveis e critérios de avaliação, obrigando-se a cumprir as respectivas condições.
§ 2º Os alunos que tenham extraordinário aproveitamento nos estudos, demonstrado por meio de provas e outros instrumentos de avaliação específicos, aplicados por banca examinadora especial, poderão ter abreviada a duração dos seus cursos, de acordo com as normas dos sistemas de ensino.
§ 3º É obrigatória a freqüência de alunos e professores, salvo nos programas de educação a distância.
§ 4º As instituições de educação superior oferecerão, no período noturno, cursos de graduação nos mesmos padrões de qualidade mantidos no período diurno, sendo obrigatória a oferta noturna nas instituições públicas, garantida a necessária previsão orçamentária.
Art. 48. Os diplomas de cursos superiores reconhecidos, quando registrados, terão validade nacional como prova da formação recebida por seu titular.
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias registrados, e aqueles conferidos por instituições não-universitárias serão registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de Educação.
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação.
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de conhecimento e em nível equivalente ou superior.
Art. 49. As instituições de educação superior aceitarão a transferência de alunos regulares, para cursos afins, na hipótese de existência de vagas, e mediante processo seletivo.
Parágrafo único. As transferências ex officio dar-se-ão na forma da lei. (Regulamento)
Art. 50. As instituições de educação superior, quando da ocorrência de vagas, abrirão matrícula nas disciplinas de seus cursos a alunos não regulares que demonstrarem capacidade de cursá-las com proveito, mediante processo seletivo prévio.
Art. 51. As instituições de educação superior credenciadas como universidades, ao deliberar sobre critérios e normas de seleção e admissão de estudantes, levarão em conta os efeitos desses critérios sobre a orientação do ensino médio, articulando-se com os órgãos normativos dos sistemas de ensino.
Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: (Regulamento)
I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural, quanto regional e nacional;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado;
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
Parágrafo único. É facultada a criação de universidades especializadas por campo do saber. (Regulamento)
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:
I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas de educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de ensino; (Regulamento)
II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as diretrizes gerais pertinentes;
III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa científica, produção artística e atividades de extensão;
IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade institucional e as exigências do seu meio;
V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em consonância com as normas gerais atinentes;
VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
VII - firmar contratos, acordos e convênios;
VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos institucionais;
IX - administrar os rendimentos e deles dispor na forma prevista no ato de constituição, nas leis e nos respectivos estatutos;
X - receber subvenções, doações, heranças, legados e cooperação financeira resultante de convênios com entidades públicas e privadas.
Parágrafo único. Para garantir a autonomia didático-científica das universidades, caberá aos seus colegiados de ensino e pesquisa decidir, dentro dos recursos orçamentários disponíveis, sobre:
I - criação, expansão, modificação e extinção de cursos;
II - ampliação e diminuição de vagas;
III - elaboração da programação dos cursos;
IV - programação das pesquisas e das atividades de extensão;
V - contratação e dispensa de professores;
VI - planos de carreira docente.
Art. 54. As universidades mantidas pelo Poder Público gozarão, na forma da lei, de estatuto jurídico especial para atender às peculiaridades de sua estrutura, organização e financiamento pelo Poder Público, assim como dos seus planos de carreira e do regime jurídico do seu pessoal.  (Regulamento)
§ 1º No exercício da sua autonomia, além das atribuições asseguradas pelo artigo anterior, as universidades públicas poderão:
I - propor o seu quadro de pessoal docente, técnico e administrativo, assim como um plano de cargos e salários, atendidas as normas gerais pertinentes e os recursos disponíveis;
II - elaborar o regulamento de seu pessoal em conformidade com as normas gerais concernentes;
III - aprovar e executar planos, programas e projetos de investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em geral, de acordo com os recursos alocados pelo respectivo Poder mantenedor;
IV - elaborar seus orçamentos anuais e plurianuais;
V - adotar regime financeiro e contábil que atenda às suas peculiaridades de organização e funcionamento;
VI - realizar operações de crédito ou de financiamento, com aprovação do Poder competente, para aquisição de bens imóveis, instalações e equipamentos;
VII - efetuar transferências, quitações e tomar outras providências de ordem orçamentária, financeira e patrimonial necessárias ao seu bom desempenho.
§ 2º Atribuições de autonomia universitária poderão ser estendidas a instituições que comprovem alta qualificação para o ensino ou para a pesquisa, com base em avaliação realizada pelo Poder Público.
Art. 55. Caberá à União assegurar, anualmente, em seu Orçamento Geral, recursos suficientes para manutenção e desenvolvimento das instituições de educação superior por ela mantidas.
Art. 56. As instituições públicas de educação superior obedecerão ao princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da comunidade institucional, local e regional.
Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos que tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, bem como da escolha de dirigentes.
Art. 57. Nas instituições públicas de educação superior, o professor ficará obrigado ao mínimo de oito horas semanais de aulas.
6. CAPÍTULO V – A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA

A escola será instala em um prédio com no mínimo 30 salas, onde no período matutino e vespertino terá a educação infantil, a educação fundamental e o ensino médio, o período noturno será reservado para os cursos de graduação e a pós-graduação ocorrerá nos finais de semana as aulas presenciais.
Todas as salas de aula terão Datashow para que os professores utilizem como ferramenta para exposição das aulas, uma mesa e uma cadeira para o professor, 30 mesas e cadeiras para os alunos, todas com notebook, sendo que cada aluno terá um tablet, que será seu caderno, poderá levar para casa para estudar tanto os conteúdos como resolver exercícios e pesquisar pela internet, no colégio terá wi-fi e wireless para que o aluno possa utilizar a vontade em qualquer área da escola. Terá uma sala para coordenação pedagógica, uma sala para professores, três salas para estudos, quatro laboratórios de informática, uma biblioteca, uma secretaria, na área externa o refeitório e uma lanchonete.
A todos os alunos serão entregues também pen drive, conforme a necessidade poderá ser fornecido disquetes e discos com conteúdos ou tarefas.
Como este projeto tem como tese principal a substituição de mídias impressas por mídias visuais e audiovisuais é óbvio que todo o esforço será válido e recompensado para trazer aos alunos, a sua forma de comunicação atual e contemporânea, que é em geral feita através dos computadores, principalmente por meio da internet.
 Então aos pais, no caso de escolas particulares, nos pedidos de material é evidente que será pedido um tablet, pen drive e discos, dessa maneira pode-se ver que além de nos preocuparmos com a ergonometria, pois, se sabe que hoje as crianças e os adultos carregam uma infinidade de materiais impressos, como livros, cadernos, apostilas, lápis, lápis de cor, canetinha entre outros, comprometendo assim a coluna do indivíduo, que carrega um peso que ultrapassa sua capacidade.
Além disso, tem a questão ambiental na qual uma infinidade de árvores é desmatada para que seja feito os materiais impressos, com certeza contribuiremos também com questão hoje a nível internacional que é o Meio Ambiente, que devemos preservar, através da reciclagem, responsabilidade ambiental e sustentabilidade.
   Na biblioteca terá livros impressos e livros disponibilizados online. Onde o aluno poderá emprestar até três livros por duas semanas (quatorze dias corridos), sendo possível a renovação, quantas vezes desejar, exceto no caso de reserva do livro. A cada dia de livro devolvido atrasado corresponderá ao valor de R$ 1,00 (um real) cada livro atrasado, dessa maneira se pretende fazer do aluno responsável para a entrega pontual do livro, porque o livro é de todos e, portanto, todos querem ler. Aos professores poderá ser emprestado até cinco livros e se entregar atrasados, terá que fazer o mesmo pagamento que os alunos fazem. Pode ser direto no boleto do aluno ou no caso do professor para ser descontado em folha de pagamento. Pois, tanto os alunos quanto os professores, poderão renovar online, então não tem desculpas para não renovação. Aos funcionários administrativos também será possível o empréstimo de livros e pesquisa online de livros, neste caso pode emprestar cinco livros como os professores, será o mesmo atendimento. Sendo escola particular, aos colaboradores em geral, será fornecido um desconto de 60%, para incentivar a educação para todos, tanto para eles como para os filhos, a fim de priorizarem esse novo método e como tradição reservar essa oportunidade para sua família. A biblioteca terá seu regimento, sua norma e estará no portal do site da escola para que todos possam ler e saber sobre o que pode ou não ser feito neste ambiente de estudo.
O celular dos alunos poderá entrar nos ambientes da escola, embora é pedido que os mesmos esteja no perfil de configuração silencioso, se estiver em sala de aula é pedir licença ao professor e atender no corredor e logo depois entrar para a sala, pois se priorizamos a comunicação, não iremos proibir em hipótese nenhuma o uso do celular, até porque servirá também como instrumento de ensino, aos alunos que possuem wi-fi, será fornecido a senha do wireless para que possa acessar a internet e fazer pesquisas, se assim desejar.
A Tecnologia da Informação compete criar programas de computadores para que possamos ter um site convidativo, coerente, coeso e claro, para que todos possam com a máxima facilidade compreender e navegar para suas descobertas educacionais. Serão implantados antivirus, e sistemas de bloqueio a sites pornográficos, porque estamos educando, porque estamos trabalhando para crianças menores, e, portanto, deve-se cuidar para que não haja esse tipo de fuga. A escola compete sim, trazer educadores e palestrantes para dialogar sobre as questões da sexualidade, uso de drogas, cidadania entre outros assuntos que tange as relações humanas.
O planejamento não assegura, por si só, o andamento do processo de ensino. Mesmo porque a sua elaboração está em função da direção, organização e coordenação do ensino. É preciso, pois, que os planos estejam continuamente ligados à prática, de modo que sejam sempre revistos e refeitos. A ação do docente vai ganhando eficácia na medida em que o professor vai acumulando e enriquecendo experiências ao lidar com as situações concretas de ensino. Isso significa que, para planejar, o professor se serve, de um lado, dos conhecimentos do processo didático e das metodologias específicas das matérias e, de outro, da sua própria experiência prática. A cada etapa do processo de ensino convém que o professor vá registrando no plano de ensino e no plano de aulas novos conhecimentos, novas experiências. Com isso, vai criando e recriando sua própria didática, vai enriquecendo sua prática profissional e ganhando mais segurança. Agindo assim, o professor usa o planejamento como oportunidade de reflexão e avaliação da sua prática, além de tornar menos pesado o seu trabalho, uma vez que não precisa, a cada ano ou semestre, começar tudo do marco zero. (LIBÂNEO, 1994, p. 225).


Figura 14 – Modelo de Escola Tecnológica











Figura 15 – Escola Contemporânea





Figura 16 – Educação Básica





Figura 17 – Educação Superior com Tecnologia




Figura 18 – Educação com tecnologia no Ensino Médio





7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo, trataremos de falar sobre a discussão da substituição das mídias impressas por mídias visuais e audiovisuais, pois se sabe que teremos resistência por parte dos alunos, professores e dos familiares, porque todos estão acostumados ao modelo tradicional. Mas cabe saber que o que se procura é trazer uma proposta melhor e assim desde o início já era sabido desse fato, porque se percebe que as pessoas somente se preocupam com coisas que são “boas” somente para elas, não é um pensamento que leva para o todo. Assim, é normal que acomodados com a educação da maneira como está, não consegue perceber as boas novas, a mudança que está estampada aos nossos olhos, nos leva neste projeto a encarar o estalo que foi dado e fazer real essa ideia.
Não se pode continuar ignorando o fato de que estamos retardando o conhecimento, negando os instrumentos de comunicação, as redes sociais, a televisão, o radio; todos educam, todos ensinam, principalmente quando se pode separar o joio do trigo, e, por conseguinte, trazer as melhores propostas para os alunos. É fato que como o capitalismo para Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx, as ferramentas audiovisuais e digitais são nossas metas contemporâneas para entender as relações sociais entre os povos, precisamos apreendê-los, viver, transformar se assim for e principalmente reconhecer que não tem mais como guerrear contra, a questão agora e abraçar, entender, regular e controlar se for necessário.
Os alunos são os menos resistentes, principalmente quando jovens e crianças, já que é essa faixa etária que nasceu com a informática, que no Brasil teve seu início na década de 90, assim esses jovens aceitam com facilidade o desafio, porque nasceram nesse contexto histórico. Outros grupos acima de 30 anos, principalmente já se reservam mais a críticas, primeiro por medo do desafio de não acompanhar de não saber utilizar e depois pela infinidade de descobertas de informações se perderem em meio a esse oceano de saber. Mas devem se despreocupar, porque serão assistidos, serão auxiliados, pelos professores e tutores. Os professores serão como o hormônio insulina que pega na mão dos nutrientes para conduzir até as células e fortalece-las. Não é preciso se desesperar, é ficar tranquilo e logo perceberão que estão sendo conduzidos para o sucesso, para saírem de dentro da caverna de que Platão, fala em sua obra A República, que já sabemos ora sofremos, ora os outros sofrem, porque será uma evolução hierárquica.
Vive-se este momento, e ele é atual, é hoje, é contemporâneo, portanto faremos a partir de agora história, superação como diz Nietzsche, foco no presente, cada momento terá que ser vivido e superado e assim se chegará ao super-homem.
Sem julgamento de valores nem melhor e nem pior, mas sim pensar como algo social, conversamos, discutiu, debatemos e pronto é este o modelo e, portanto cabe ação, e se necessário mudança, pois o método fenomenológico é assim, está acontecendo, está presente, está no olhar.
Implantar não será fácil, mas no final com certeza será prazeroso.
























8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa nos leva, a saber, que existem já várias escolas que utilizam o método de ensino a distância, e que no Brasil ocorre desde o século XX. A televisão segundo alguns estudiosos é um veículo em massa de comunicação que serve para o consumismo e riqueza dos capitalistas; entretanto há outro grupo de estudiosos que pensa diferente, que a televisão como uma comunicação em massa educa e ensina. Agora é claro e concluso neste trabalho, que o interesse fundamental agora é uma escola principalmente presencial, e mais que desde a educação infantil, será utilizado o método de ensino, sendo assim é um trabalho audacioso, estratégico e perspicaz. Primeiro é audacioso, por ser único, pioneiro, porque se apreendemos as crianças astutas e ágeis no manuseio com os computadores, então podem ser educadas por essas ferramentas; estratégico porque convém uma nova didática que saiba manejar e auxiliar no ensino do aluno, conforme sua série; perspicaz porque é inteligente, porque valoriza a ideia de ter apreendido este momento tão oportuno para contribuir para o aprendizado dos alunos a formação de líderes.
O método fenomenológico foi uma decisão fundamental, porque é um tema novo e contemporâneo, que está acontecendo e sendo observado. É o olhar e a pesquisa bibliográfica que trouxe essa luz, essa clareza do que está por vir.
A substituição das mídias impressas por mídias digitais e audiovisuais, se não for constituída enquanto políticas públicas, já que a educação, é da alçada e competência do Estado, sinto dizer: o ser humano vai ser eficaz e fará a política, porque como diz Aristóteles, política é a relação social, e, portanto, já é visto nas salas das universidades e algumas escolas, alunos utilizando tablets, notebooks e netbooks como caderno, então já é realidade, não importa se está nas leis educacionais se pode ou não, mas na relação do aluno e do professor com a educação essas ferramentas, já estão se tornando comum e fazem parte do cotidiano tanto do aluno como do professor. A Pedagogia necessita saltar para este universo, para planejar na ciência da educação, as ferramentas digitais e audiovisuais, nas escolas públicas e privadas. Fazer escola modelo pública, é fundamental, pode utilizar os resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) para escolher quais estados ou municípios, devessem ser privilegiados por este projeto, de uma escola de educação básica, totalmente substituída de materiais impressos por materiais digitais e audiovisuais para o ensino e aprendizados dos alunos.
Aos discentes que estão estudando Pedagogia, fica um tema novo a ser construída sua sistematização que é a Didática a ser utilizada, nesse projeto de escola presencial digital e audiovisual para a educação básica. Abertura para um desenvolvimento nas creches sobre como ensinar através dessas ferramentas aos pequenos.
Deixemos o assunto de softwares, para os peritos da Tecnologia de Informação e Sistema de Informação, que juntamente com o Pedagogo, trará a luz um site, um programa fácil de ser manuseado, para que o aluno e o professor se sintam a vontade no processo de aprendizagem. Embora já existam alguns como: Moodle, Blackboard entre outros. Caberão as universidades, que abrigam os cursos de computação, trazer essa boa nova aos discentes interessados nos assuntos contemporâneos do mundo virtual para a educação, promovendo desde cedo um movimento de ajuda à educação sobre sistemas de ensino.
A solidariedade orgânica traz coesão social segundo Durkheim e neste projeto, é observado que a especialidade em computação, em pedagogia trará os laços da sociedade uma coesão social, porque se apresentam leis, unem-se conhecimentos diferentes, e ainda, a ferramenta digital e audiovisual ela sendo síncrona ou assíncrona pode manter relações sociais.

REFERÊNCIAS


ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6023: informação e documentação / referências / elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
­­­­­­______. NBR 6024: numeração progressiva das seções de um documento. Rio de Janeiro, 1989.
______. NBR 6027: sumário. Rio de Janeiro, 1989.
______. NBR 6028: resumos. Rio de Janeiro, 1990.
______. NBR 10520: informação e documentação / citações em documentos / apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 14724: informação e documentação / trabalhos acadêmicos / apresentação. Rio de Janeiro, 2005.
MOREIRA, Daniel Augusto. O método fenomenológico na pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.
PLATÃO. A República. São Paulo; Edipro, 2001.
NIETZSCHE, Friedrich W. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém.  São Paulo: Círculo do Livro S.A.
MARX, KARL. Os 18 Brumário de Luís Bonaparte. eBooksBrasil.com, 2000.
ARISTÓTELES, A Política. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
HOBBES, THOMAS. Leviatã. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2000.
LIBÂNEO, José Carlos. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira e Mirza Seabra Toschi. São Paulo: Cortez, 2009.
SHAFFER, David R. Psicologia do Desenvolvimento: Infância e Adolescência. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
BIAGGIO, Ângela M. Brasil. Psicologia do desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 2008.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. São Paulo: Ática, 2006.
BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas: Autores Associados, 2001.
SAVIANI, Dermeval. Da Nova LDB ao Fundeb. Campinas: Autores Associados, 2008.