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2- EUROCENTRISMO
DA VISÃO MODERNA
*** Enrique Dussel (1934 -)
filósofo argentino, exilado no México e naturalizado mexicano, integrante da
Filosofia da Libertação;
Filosofia da Libertação: marca uma
ruptura ou corte epistemológico com a filosofia ocidental. Origina-se, portanto
da estreita relação entre o polo existencial, subjetivo e o polo político,
objetivo, da busca e da libertação; entre projeto de vida e projeto de
sociedade.
E.
Dussel: “Não negaremos então a razão, mas a irracionalidade da violência do
mito moderno; não negaremos a razão, mas a irracionalidade pós-moderna;
afirmamos a “razão do Outro” rumo a uma mundialidade transmoderna”.
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Segundo Enrique Dussel:
*** EUROCENTRISMO: É, basicamente, uma visão
histórica do mundo que transforma o “ser” do “outro” em um “ser” de “si-mesmo”.
*** Análise da
Modernidade:
*** No entanto,
constata o filósofo argentino, a sociedade civil contraditória é superada pelo
Estado, em Hegel, graças à constituição de colônias que absorvem tal contradição.
*** “A periferia
da Europa serve assim de espaço livre para que os pobres, fruto do capitalismo,
possam se tornar proprietários nas colônias.”
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### De resto, Zaffaroni partilha da mesma percepção de Dussel
com relação a Hegel:
“A inferioridade
de nossa região marginal foi sintetizada com clareza por Hegel na versão
germânica do etnocentrismo colonialista quando, na sua interpretação da
história deixou de lado, à medida que ascendia o Geist, todas as culturas
convergentes em nossa região marginal”.
*** Enrique Dussel chama a atenção o fato de que, ao contrário do
entendimento de Hegel ou Habermas, tanto a América Latina quanto a Espanha
tiveram um papel fundamental na formação da era moderna.
*** Somente a partir da experiência de Cristóvão Colombo que,
efetivamente, a Europa apoderou-se de uma nova universalidade, tornou-se o
centro do mundo e passou a impor o seu “ser” ao “outro”.
*** Mito Sacrifical, isto é, toda a violência derramada na América
Latina era, na verdade, um “benefício” ou, antes, um “sacrifício necessário”.
*** Índios, negros ou mestiços eram duplamente culpados por “serem
inferiores” e por recusarem o “modo civilizado de vida” ou a “salvação”,
enquanto os europeus eram “inocentes”, pois tudo que fizeram foi visando
atingir o melhor.
*** A proposta do filósofo é identificada com a busca da
Transmodernidade, condição em que a razão do “outro” é afirmada e este pode
efetivamente fazer parte de uma “situação de fala ideal” ou de uma “comunidade
de comunicação ideal”.
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6 – A CULTURA SINCRÉTICA DA
PERIFERIA: OS VÁRIOS “ROSTOS” LATINO-AMERICANOS
O “sexto-sol”, portanto, ignorou a existência dos outros cinco que
o precederam, e trouxe em seu centro o capital. Diz Marx:
O capital é trabalho morto que só se vivifica, à maneira do vampiro,
ao chupar trabalho vivo, e que vive tanto mais quanto mais trabalho vivo
chupar. O descobrimento das regiões auríferas e argentíferas da América, o
extermínio, escravização e soterramento nas minas da população aborígene, a
conquista e o saque das Índias Ocidentais, a transformação da África num couto
reservado para a caça comercial de peles negras, caracterizam os albores da era
(do sexto sol) da produção capitalista.
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Primeiro Rosto: Os Índios
Segundo Rosto: Os Negros
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Terceiro Rosto: Mestiços ou os
“filhos da Malinche”
Quarto Rosto: Criollos ou
Crioullos
Quinto Rosto: Camponeses:
Índios, mestiços pobres, mamelucos e
mulatos.
*** O
projeto de Enrique Dussel, sintetizado na Filosofia da Libertação, se propõe a
reivindicar o verdadeiro lugar da América Latina no contexto mundial:
“A Filosofia da Libertação afirma a razão como
faculdade capaz de estabelecer um diálogo, um discurso intersubjetivo com a
razão do Outro, como razão alternativa. Em nosso tempo, como razão que nega o
momento irracional do Mito Sacrifical da Modernidade, para afirmar (subsumido
num projeto libertador) o momento emancipador racional da ilustração e da
modernidade como Transmodernidade.”
Parabéns por este trabalho,rico em sabedoria e entendimento
ResponderExcluirAna Leide,estudante de direito,Pitágoras