sexta-feira, 29 de março de 2013

Resenha Crítica - Homossexualidade


Disciplina: Sociologia Geral e do Direito
Professor: Michelangelo
Aluna: Jordania Marcia Carvalho Leal


HOMOSSEXUALIDADE

            O Conselho Federal de Psicologia (CFP) encaminhou uma carta a seus membros sobre a proibição  dos profissionais a tratar a homossexualidade como doença. A resolução nº 01/99 do CFP baseada nos princípios da ética profissional proíbe os psicólogos de confundirem suas crenças religiosas com a orientação sexual de seus pacientes, e deverá ainda o profissional contribuir com seu conhecimento para diminuir ou exterminar discriminações e estereótipos contra os homossexuais. A resolução ainda impede os profissionais de participarem de eventos que proponham tratamentos e curas da homossexualidade.
            Entretanto, a resolução não impede que os psicólogos atendam os pacientes que pretendem diminuir seu sofrimento devido a sua orientação sexual. No entanto, os psicólogos  não podem prometer cura, pois não podem considerar seu cliente doente, ou apresentando distúrbio ou perversão.
            Mas, infelizmente não se trata de uma questão somente psicológica, de um indivíduo, embora o próprio homossexual por ter sido criado em um ambiente familiar e numa sociedade totalmente voltada para a heterossexualidade, apresente suas dores íntimas, seus medos, sua vergonha de assumir quem realmente é, por causa da rejeição das pessoas que compõem sua vida e da qual se sentiria excluído e eliminado. Na obra A Política de Aristóteles, ele diz que o homem é um ser social, condicionado a coletividade, logo, se alguém quiser viver sozinho, ou é uma “besta” ou é um “deus”. Como o homossexual, a lésbica e os bissexuais são homens, são seres humanos, logo, quer viver em sociedade, e por isso, tem que calar, disfarçar, diante da sociedade sobre sua orientação sexual para que não aconteça o ostracismo. Por outro lado, ainda em Aristóteles, a política é relação social, é para o bem de todos, para felicidade de todos, e em nossa sociedade brasileira, capitalista, consumista, que domina em massa através da comunicação, segundo Marcia Tiburi, na apresentação sobre a tanatopolítica e a biopolítica, que são respectivamente o cálculo do poder sobre a morte e o cálculo do poder sobre a vida, para sermos felizes devemos nos realizar como homem? Devemos nos realizar como mulher? Como assim? E ainda como dizer realizar como homossexual? Realizar como lésbica? Realizar como castro? Na obra de Michel Foucault, “História da Sexualidade”, o autor propõe para não ser cobrado, para não se submeter ao poder, que calcula a sua vida e a sua morte, e para não ser escravizado por ele, é melhor não dizer nada sobre sua orientação sexual; para não se submeter ao poder político, social e econômico da sociedade em que vive.
            Finalmente os homossexuais não querem se calar, o Supremo Tribunal Federal acordou a relação homoafetiva, mas ainda há muitos operadores do direito que por sua opção religiosa não legitimam essa resolução, embora sabendo que os pedidos podem ser recorridos em outras instâncias e conseguir ser aprovada a relação, mas estes juízes querem dificultar, então o direito ficará inerte, mudo ou tomará outras providências, lembrando que não é a primeira vez que isso ocorre, na escravidão negra do Brasil, o direito se mantinha cego e mudo, com as decisões do liberalismo.
            Agora o difícil é convencer a sociedade, que ainda apresenta estereótipos sobre as relações homoafetivas, dizendo que um é passivo e o outro é ativo, que é pensar o outro como um ser em si-mesmo, ou seja, na visão da heterossexualidade, de homem e mulher, onde o homem seria o ativo e a mulher a passiva, termos estes que nem mais representa a relação heterossexual, visto que muitas mulheres, por exemplo, na conquista se mantém ativamente na relação.
            O autor propõe um termo, uma categoria, que foi um estalar para as Américas em relação ao eurocentrismo. As Américas dos índios, dos mestiços, dos crioullos, dos negros, dos camponeses, dos operários e dos marginais ou miseráveis que foram exterminados e excluídos, negados o seu ser, violentados irracionalmente, genocídio físico e cultural, em nome de um processo de evolução, que não existe, se não ideologicamente. A libertação virá da categoria antropológica “Alteridade”, que é compreender o outro, não tomando de referência seu ser, mas o ser do “outro”, respeitando suas crenças, seus costumes, sua religião, e consequentemente, neste caso, respeitando a orientação sexual do outro, que é um direito fundamental e direitos humanos.
            Portanto, é dialogar, é discursar, chegar perto, ouvir, aquele que se sente inferior, excluído e oprimido e dizer que há diferenças, mas o tratamento deve ser de isonomia.

REFERÊNCIAS:
COSTA, Wellington Soares da. Brasil: Homossexualidade e Direitos Humanos. (I, II). Homossexuais: Sujeitos de Direito. Instituto Nacional do Seguro Social INSS, Brasil.

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