RESUMO:
A POLÍTICA
.
DISCIPLINA:
FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO
DOCENTE:
KARINE KREWER
DISCENTE: JORDANIA
MARCIA CARVALHO LEAL
CUIABÁ
2012
ARISTÓTELES,
A POLÍTICA / ARISTÓTELES: tradução Roberto Leal Ferreira – 2.ed. – São Paulo:
Martins Fontes, 1998 – (Clássicos). São Paulo – 2002.
INTRODUÇÃO
DA ORIGEM DO ESTADO
O ESTADO E SEU GOVERNO
Estado é uma sociedade, voltada para
o bem de todos, é uma sociedade política.
O poder do rei e de um magistrado da República
se diferencia do poder de um pai de família. A distinção seria que um rei
governa sozinho perpetuamente, enquanto que um magistrado de República comanda
e obedece alternadamente, em virtude da Constituição. Aristóteles diz que tudo
isso é errado dizer, e ele utilizará um método para examinar a questão. Então,
irá decompor os elementos do Estado, e examinar cada um deles para chegar a
conclusões. Temos o todo, temos que separar em partes, analisar todos os casos
e depois concluir e finalmente juntar o que foi dividido para melhorar a
compreensão.
A FORMAÇÃO DA CIDADE
Retoma a origem, reunindo as pessoas
que não podem passar umas sem as outras, como o macho e a fêmea para geração.
Para manter a conservação, a natureza deu a um o comando e impôs a submissão ao
outro.
A natureza permite comandar quem
pode, por sua inteligência, tudo prover e, pelo contrário, que obedeça quem não
pode contribuir para a prosperidade comum a não ser pelo trabalho de seu corpo:
SENHOR e ESCRAVO.
A mulher é diferente do escravo.
Para os bárbaros, a mulher e o escravo estão no mesmo nível, esses povos não
tem atributo de superioridade e sua sociedade é composta de escravos dos dois
sexos. Então o poeta diz que: “ Os gregos tinham, de direito, poder sobre os
bárbaros.
Como se, na natureza, bárbaros e
escravos se confundissem.
A família é a principal sociedade
natural, formada pela dupla reunião do homem e da mulher, do senhor e do
escravo.
O poeta Hesíodo tinha razão ao dizer
que era preciso antes de tudo
“A casa, e depois a mulher e o boi
lavrador.”
Aldeia é a sociedade que se formou
da união de várias casas (de família).
E se assemelha a família, com
diferença de não ser de todos os momentos, nem de uma frequentação tão contínua.
As cidades inicialmente foram,
submetidas ao governo real, forma das que eram de reuniões de pessoas que já
viviam sob um monarca. Com efeito, toda família, sendo governada pelo mais
velho como que por um rei, continuava a viver sob a mesma autoridade, por causa
da consanguinidade. Este é o pensamento de Homero, quando diz:
Cada
um, senhor absoluto de seus filhos e de suas mulheres, distribui leis a
todos...
Cidade é a reunião das aldeias.
O HOMEM, “ANIMAL CÍVICO”
Cidade é uma sociedade que se formou
da reunião de várias aldeias, que tem a faculdade de se bastar a si mesma,
sendo organizada não apenas para conservar a existência, mas também para buscar
o bem-estar.
O homem, o cavalo, a família
perfeita, diz-se que está na natureza. A cidade está na natureza e o homem é
naturalmente feito para sociedade política. Aquele que, por sua natureza e não
por obra do acaso, existisse sem nenhuma pátria seria um indivíduo detestável,
muito acima ou muito abaixo do homem, segundo Homero:
“Um ser sem lar, sem família e sem
leis.”
O homem é um animal cívico, mais
social do que as abelhas e outros animais que vivem juntos. O homem tem o dom
da PALAVRA, que não devemos
confundir com os sons da voz.
O homem tem o conhecimento
desenvolvido, pelo menos o sentimento obscuro do bem e do mal, do útil e do
nocivo, do justo e do injusto, objetos para a manifestação dos quais nos foi
principalmente dado o órgão da fala. Este comércio da palavra é o laço de toda
sociedade doméstica e civil.
O Estado, ou sociedade política, é
até mesmo o primeiro objeto a que se propôs a natureza. O todo existe
necessariamente antes da parte.
As sociedades domésticas e os
indivíduos são as partes integrantes da Cidade (que é o todo), e estão
subordinados ao corpo inteiro, se separadas, todos inúteis e quando
desarticuladas, semelhantes às mãos e
aos pés que, uma vez separados do corpo, só conservam o nome e a aparência, sem
a realidade, como uma mão de pedra.
O mesmo ocorre com os membros da
Cidade: nenhum pode bastar-se a si mesmo. Aquele que não precisa dos outros
homens ou não pode resolver-se a ficar com eles, ou é um deus, ou um bruto.
Assim, a inclinação natural leva os homens a este gênero de sociedade.
O uso da arma e da força só é lícito
para a justiça.
O discernimento e o respeito ao
direito formam a base da vida social e os juízes são seus primeiros órgãos.
LIVRO I
DO GOVERNO DOMÉSTICO
CAPÍTULO I: DO SENHOR E DO
ESCRAVO
Os Estados são formados de famílias,
este é o governo doméstico.
Uma família completamente organizada
compõe-se de escravos e de pessoas livres.
Chamaremos despotismo o poder do senhor sobre o escravo, marital, o do marido sobre a
mulher, paternal, o do pai
sobre os filhos (dois poderes para os quais o grego não tem substantivos).
Alguns fazem também entrar o
econômico a parte relativa aos bens que compõem o patrimônio das famílias e aos
meios de adquiri-los.
Trata-se até, segundo outros, do
elemento principal.
Econômico (para Aristóteles é também
parte do governo doméstico e para outros autores é primordial).
Essa
expressão econômica, segundo notas do tradutor se refere a:
1 –
relação entre marido e mulher;
2 –
relação entre senhor e escravo;
3 –
relação entre pai e filhos;
4 –
bens e patrimônios da família. Coisa materiais e sustento da família.
O PODER DO SENHOR OU
DESPOTISMO
Para outros autores a escravidão é
injusta, como um puro efeito da violência.
Aristóteles, parte da questão
econômica, de que para vivermos temos que ter pelo menos o necessário para
sobrevivência. Assim como os bens fazem parte da casa, os meios de adquiri-los
deve ser do governo doméstico. Para conseguir são necessários dois tipos de
instrumentos: uns inanimados, outros animados.
O trabalhador é uma espécie de
instrumento.
Um bem é um instrumento da
existência; as propriedades são uma reunião de instrumentos e o escravo, uma
propriedade instrumental animada, como um agente preposto a todos os outros
meios.
Chama-se “instrumento” o que realiza
o efeito, e “propriedade doméstica” o que ele produz.
A vida consiste no uso, não na
produção. O servidor é o ministro da ação; chamam-no propriedade da casa, como
parte dela.
A coisa possuída está para o
possuidor assim como a parte está para o todo; ora, a parte não é somente
distinta do todo; ela lhe pertence; o mesmo ocorre com a coisa possuída em
relação ao possuidor. O senhor não é senão o proprietário de seu escravo, mas
não lhe pertence; o escravo, pelo contrário, não somente é destinado ao uso do
senhor, como também dele é parte. Isto basta para dar uma idéia de escravidão e
para fazer conhecer esta condição.
O homem que por natureza, não
pertence a si mesmo, mas a um outro, é escravo por natureza: é uma posse e um
instrumento para agir separadamente e sob as ordens de seu senhor.
Aristóteles
é favorável a ESCRAVIDÃO.
A SERVIDÃO NATURAL
Mas faz a natureza ou não de um
homem um escravo? É justa e útil a escravidão ou é contra a natureza? É isto
que irá examinar.
O fato e a experiência, tanto quanto
a razão, nos conduzirão aqui ao conhecimento do direito.
Não é apenas necessário, mas também
vantajoso que haja mando por um lado e obediência por outro; e todos os seres,
desde o primeiro instante do nascimento, são, por assim dizer, marcados pela
natureza, uns para comandar, outros para obedecer.
Entre eles há várias espécies de
superiores ou de súditos, e o mando é tanto mais nobre quanto mais elevado é o
próprio súdito.
O animal compõe-se primeiro de uma
alma, depois de um corpo: a primeira por sua natureza comanda e o segundo
obedece. O homem segundo a natureza, é aquele que é bem constituído de alma e
de corpo. Se nas coisas viciosas e depravadas o corpo não raro parece comandar
a alma, é certamente por erro e contra a natureza.
A natureza ainda subordinou um dos dois
animais ao outro. Em todas as espécies o macho é evidentemente superior a
fêmea: a espécie humana não é exceção.
Assim, em toda parte onde se observa
a mesma distância que há entre a alma e
o corpo, entre o homem e o animal, existem as mesmas relações; isto é, todos
os que não têm nada melhor para nos oferecer do que o uso de seus corpos
e de seus membros são condenados pela natureza à ESCRAVIDÃO.
Para eles, é melhor do que serem
entregues a si mesmos. Numa palavra, é naturalmente escravo aquele que tem tão
pouca alma e poucos meios que resolve depender de outrem. Tais são os que só
têm instinto, vale dizer, que percebem muito bem a razão nos outros, mas que
não fazem por si mesmos usos dela. Toda a diferença entre eles e os animais é
que estes não participam de modo algum da razão, nem mesmo têm o sentimento
dela e só obedecem as suas sensações.
A natureza, por assim dizer,
imprimiu a liberdade e a servidão até nos hábitos corporais. Vemos corpos
robustos talhados especialmente para carregar fardos e outros usos igualmente
necessários; outros, pelo contrário, mais disciplinados, mas também mais
esguios e incapazes de tais trabalhos,
são bons apenas para a vida política, isto é, para os exercícios da paz e da
guerra. Ocorre muitas vezes, porém, o contrário: brutos têm a forma exterior da
liberdade e outros, sem aparentar, só têm a alma de livre.
Pelas leis da natureza, há homens
feitos para a liberdade e outros para a servidão, os quais, tanto por justiça
quanto por interesse, convém que sirvam.
No entanto, é fácil ver a opinião
contrária não seria inteiramente desprovida de razão.
A SERVIDÃO CONVENCIONAL
A servidão convencional é a servidão
estabelecida pela lei, esta lei é uma espécie de convenção geral, segundo a
qual a presa tomada na guerra pertence ao vencedor. Será justo?
Sobre isso, os jurisconsultos não
chegam a um acordo, nem tampouco, aliás, sobre a justiça de muitas outras
decisões tomadas nas Assembleias populares, contra as quais eles reclamam. Consideram
cruel que um homem que sofreu violência se torne escravo do que o violentou e
só tem sobre ele a vantagem da força.
A razão de duvidar e de contestar é
que a coragem, num grau eminente, sempre permanece vencedora; que a vitória de
ordinário supõe em si uma superioridade qualquer; enfim, a própria força é uma
espécie de mérito.
A dúvida só permanece, portanto,
quanto ao direito: uns não podem separar o direito da benevolência, outros
afirmam que é da própria essência do direito que o mais valente comande.
Destas duas opiniões, a segunda não
é nem sólida nem tampouco persuasiva. A superioridade de coragem não é uma
razão para sujeitar os outros.
Jamais um homem de bom senso tratará
como escravo um homem que não mereceu a escravidão; caso contrário, dizem eles,
se bastasse pegar as pessoas e vende-las, veríamos na escravidão personagens do
mais alto nível, elas e seus filhos que caíssem em poder do vencedor.
Pretendem, portanto, que se considerem estes homens simplesmente como
estrangeiros, mas não como escravos, o que, pela intenção, se reduz ao que
dissemos, que são escravos os que foram destinados á servidão pela natureza.
É preciso convir, com efeito, que
certas pessoas são escravas em toda parte e outras, nenhures.
O mesmo ocorre com a nobreza.
Consideram a dos povos cultivados como pura e existente em toda a parte; a dos
povos bárbaros como locais e boas somente para eles. Distingue o homem livre do
escravo, a nobreza do vulgo pelas vantagens e vícios de nascimento. Como diz a
Helena de Teodecto:
-
Escrava eu? Que homem audacioso
Poderia
chamar assim uma filha dos deuses?
Os que partilham desta opinião não
diferenciam o escravo do homem livre, o nobre do plebeu, senão pela distância
entre o vício e a virtude; e como o homem vem do homem e o animal do animal,
acham que o bom só pode vir do bom.
Não resta nenhuma dúvida de que se
encontra em todos os lugares combinações de pessoas nas quais a uma cabe servir
a outra comandar, assumindo o papel para o qual a natureza as predestinou. O
comando de uma pode ser justo e útil, e a liberdade da outra, injusta e funesta
para ambas.
DIFERENÇAS ENTRE O
“DESPOTISMO” E O PODER POLÍTICO
Vemos,
assim, claramente que o poder “despótico” e o governo político são, apesar da
opinião de alguns, coisas muito diferentes. Um só existe para os escravos; o
outro existe para as pessoas que a natureza honrou com a liberdade.
O governo doméstico é uma espécie de
monarquia: toda a casa se governa por uma só pessoa; o governo civil, pelo
contrário, pertence a todos os que são livres e iguais.
Não é, aliás, uma ciência adquirida
que faz de um homem senhor de um outro.
Esta qualidade pode existir sem isso; como a liberdade e a servidão, ela tem um
caráter que lhe é natural. Sem dúvida, existe um talento para comandar e para
servir.
Quanto à ciência do senhor, como não
é nem na aquisição, nem na posse, mas no uso de seus escravos que está o seu
domínio, ela se reduz a saber fazer uso deles, isto é, a saber ordenar-lhes o
que eles devem saber fazer. Não há aí nenhum trabalho grande ou sublime, e
assim os que têm meios de evitar esse estorvo desembaraçam-se dele com algum
intendente, querem para se dedicar a política quer para se dedicar a filosofia.
CAPÍTULO II
DA PROPRIEDADE E DOS MEIOS
DE ADQUIRI-LA
O talento de adquirir um bem parece
com a arte militar ou com a caça.
O escravo só entra como coisa ou
instrumento.
A AQUISIÇÃO NATURAL OU
“ECONÔMICA”
A natureza distingue o gênero dos
animais uns se reúnem em bandos, outros são solitários, uns são carnívoros,
outros frutívoros.
Todas essas diferenças também se
notam na vida do homem. Alguns preferem a vida pastoral, outros são caçadores.
Mas a maioria dos homens tira o alimento do seio da terra.
Vida pastoral, vida agrícola, vida
aventureira baseada nas capturas da caça ou da pesca, todos estes são gêneros que
se misturam e se combinam na maior parte dos povos, conforme a necessidade, a
fantasia ou o prazer, para suprir
através de um a falta do outro.
A natureza nada fez de imperfeito,
nem de inútil ela fez tudo para nós.
A própria guerra é um meio natural
de adquirir; a caça faz parte dela; usa-se desse meio não apenas contra os
animais, mas também contra os homens que, tendo nascido para obedecer, se
recusam a fazê-lo. Este tipo de guerra nada tem de injusto, sendo por assim
dizer, declarada pela própria natureza.
As
verdadeiras riquezas são as coisas necessária e útil à vida, não é difícil
determinar a quantidade necessária par o bem-estar.
A AQUISIÇÃO ARTIFICIAL OU
CREMATÍSTICA
Produto da arte e da experiência. A
natureza não faz os bens para troca, são os homens que uns possuem mais e
outros menos, foram levados a este acaso à TROCA.
A natureza não criou o COMÉRCIO para
revender mais caro. A troca era somente para a necessidade de satisfazer o
necessário a sobrevivência. Torna-se necessário a troca quando estão em grandes
sociedades, e após a separação das propriedades.
O comércio dirigido pela razão é que
cria a idéia de moeda.
Com a invenção da moeda, para as
necessidades do comércio, origina-se uma nova maneira de comerciar e adquirir.
É o lucro pecuniário.
As verdadeiras riquezas são as da
natureza; apenas elas são objeto da ciência econômica.
A outra maneira de enriquecer pertence ao comércio, profissão
voltada inteiramente para o dinheiro, que sonha com ele, que não tem outro
elemento nem outro fim, que não tem limite onde possa deter-se a cupidez.
A coragem, por exemplo, não foi dada
ao homem pela natureza para acumular bens, mas para proporcionar tranquilidade.
APRECIAÇÃO DOS DOIS MODOS DE
AQUISIÇÃO
A natureza deve fornecer nosso
sustento, ou do seio da terra ou do mar, ou de qualquer outra maneira. É a
moeda que torna a trazer moeda, gênero totalmente contrário a natureza.
Tokos,
progenitura.
A
usura faz com que o dinheiro sirva para aumentar-se a si mesmo.
ALGUMAS MANEIRAS PRÁTICAS DE
ADQUIRIR
Ter conhecimento das coisas, antes
de adquiri-las: saber quais são as melhores, onde se encontram, e qual é a
maneira mais vantajosa de obtê-las; por exemplo, quais os melhores cavalos, os
melhores bois, os melhores carneiros, ou outros animais, em que regiões eles se
dão bem como podemos tê-los.
O mesmo acontece na agricultura: é
preciso conhecer os diversos tipos de terrenos virgens ou plantados; devemos
saber que proveitos podem tirar das abelhas, dos animais aquáticos.
Maneira de troca, a principal o
comércio, em três maneiras:
-
Navegação;
-
Transporte por terra;
-
Venda no próprio local.
Uma são mais segura, outras mais
lucrativas.
Depois do comércio, vem o tráfico de
espécies metálicas.
Trabalhos mercenários, sendo que uns
dependem de alguma arte e outros só requerem o trabalho corporal.
Exploração de madeira, das minas, e
se divide em várias espécies.
Dentre estes diversos trabalhos, os
mais excelentes pela arte são os que menos devem ao acaso; os mais baixos, os
que mais sujam o rosto e as mãos; os mais servis aqueles em que o corpo
trabalha mais do que o espírito; os mais ignóbeis, os que não requerem nenhuma
espécie de virtude.
Em geral, o monopólio é um meio
rápido de fazer fortuna.
Os filósofos mostram sua sabedoria,
dizendo o quanto sabem enriquecer, se assim o quiserem, mas que eles não se
importavam com isso, ou seja, com o enriquecimento.
É bom que os que governam os Estados
conheçam esse recurso, pois é preciso dinheiro para as despesas públicas e para
as despesas domésticas, e o Estado está menos do que ninguém em condições de
dispensá-los.
CAPÍTULO III
DOS PODERES MARITAL E
PATERNAL
O pai de família governa sua mulher
e seus filhos como a seres livres, mas cada um de um modo diferente: sua mulher
como cidadã, seus filhos como súditos.
O macho está acima da fêmea, e o
mais velho, quando atinge o termo de seu crescimento, está acima do mais jovem,
que ainda não alcançou sua plenitude.
Na ordem política, obedece-se e
comanda-se alternadamente.
Todos os homens livres são
considerados iguais por natureza.
Quanto ao sexo, a diferença é
indelével: qualquer que seja a idade da mulher, o homem deve conservar sua
superioridade.
A autoridade dos pais sobre os
filhos é uma espécie de realeza.
Homero disse de Zeus:
“É o
pai imortal dos homens e dos deuses, e, por conseguinte, o rei de todos eles.”
Pois um rei se recebeu da natureza
alguma superioridade sobre seus súditos, continua a ter o mesmo gênero que
eles, como os velhos com relação aos jovens e como um pai com relação a seus
filhos.
AS VIRTUDES PRÓPRIAS AOS
DIVERSOS MEMBROS DA FAMÍLIA
Em geral, são necessárias as mesmas
virtudes nos que comandam e nos que obedecem, ou então outros?
É preciso, que ambos tenham
virtudes, mas que suas virtudes tenham caracteres diferentes, da mesma
variedade que se observa nos seres nascidos para obedecer.
Isto se vê imediatamente nas
faculdades da alma.
Dentre estas, uma há que por sua
natureza comanda – é aquela que participa da razão – e outras que obedecem: são as que não participam
dela. Cada uma tem um tipo de virtude que lhe é próprio.
A maneira de comandar não é a mesma
do homem livre ao seu escravo, do marido à mulher, do homem adulto a seu filho.
Todos têm uma alma dotada das mesmas
faculdades, mas de modo diferente: o escravo não deve de modo algum deliberar;
a mulher tem direito a isso , mas pouco , e a criança, menos ainda.
Seguem suas virtudes morais a mesma
gradação: todos devem possuí-las, mas somente tanto quanto convém a seu estado.
Quem comanda deve possuí-las todas,
no mais alto grau.
Sua função é como a do arquiteto;
isto é, a da própria razão; os dos outros se regulam pela conveniência.
Todos têm, portanto, virtudes
morais, mas a temperança, a força, a justiça não devem ser, como pensava
SÓCRATES, as mesmas num homem e numa mulher.
A força de um homem consiste em se
impor; a de uma mulher, em vencer a dificuldade de obedecer. O mesmo ocorre com
as demais virtudes.
Um modesto silêncio é a honra da
mulher ao passo que não fica bem no homem.
Sendo a criança imperfeita e não
podendo ainda encontrar em si mesma a regra de suas ações sua virtude é ser
dócil e submissa ao homem maduro que cuida de seu acompanhamento.
O mesmo acontece com o escravo
relativamente a seu senhor: é em bem fazer o seu serviço que consiste a sua
virtude; virtude bem pequena que se reduz a não faltar aos seus deveres nem por
má conduta, nem por covardia.
O que é indispensável examinar
quando tratamos da política é que todos eles o homem, a mulher, o pai e os
filhos, todos fazem parte da família, e a família faz parte do Estado. Ora, o
mérito da parte deve referir-se ao mérito do todo.
A educação das mulheres e das
crianças deve ser da alçada do Estado, já que importa à felicidade do Estado
que as mulheres e as crianças sejam virtuosas.
CONCLUSÃO
Aristóteles
na introdução e no livro I trata da origem do Estado e das pessoas que
constituem a cidade (pólis), é utilizada a palavra Estado num olhar
contemporâneo, enquadrado pela tradução, uma vez que essa noção de Estado
enquanto nação é um olhar da modernidade.
Assim
ele define o Estado como uma sociedade voltada para o bem de todos; o Estado é
uma sociedade política.
Utilizará
um método, no qual consiste em pegar o todo, decompor em partes, analisar cada
efeito das partes e no final juntar com o todo, para entender como acontece, e
apreender os verdadeiros conceitos.
A
formação da Cidade se dá pela união das pessoas, porque o homem é condicionado
a coletividade, a família é o governo doméstico. A família é constituída pelo
homem, a mulher, os filhos e os escravos. Esse tipo de governo é diferente do
governo público (Estado).
Aristóteles
é favorável à escravidão, para ele é natural, ou seja, é da natureza que nascem
assim, os homens que devem servir e os que devem comandar. Por isso, há hierarquia, o senhor manda
no escravo, que lhe deve obediência, e tudo ocorre naturalmente, uma vez que a
pessoa nasce com virtudes e características de obediência, e outros nascem com
virtudes de comando, e por isso são superiores. Ambos possuem virtudes, porém
se diferenciam na questão do poder e controle.
A
palavra é que dá ao homem, diferente dos outros animais, a sua característica fundamental,
que é ser sociável, animal cívico, a palavra não é apenas o som da voz, mas é
acima de tudo, o conhecimento desenvolvido, e possibilidade de analisar e
separar o bem do mal, o justo do injusto.
O
Estado é o todo, o governo doméstico (família) e os indivíduos, estão abaixo do
todo, ele examina como o corpo, no caso, o Estado é o corpo e a família e os
indivíduos são partes integrantes desse corpo. Logo se desarticulados não irão
funcionar.
Os
Estados são formados pelas famílias. O conjunto das famílias formaram as
aldeias, e o conjunto de aldeias a CIDADE (pólis).
Há
três tipos de poder na família são eles: despotismo, que é o poder do senhor
sobre o escravo; marital, que é o poder do homem sobre a mulher; paternal, o
poder do pai sobre os filhos.
Os
bárbaros diferentes dos gregos não separam os escravos da mulher, por isso
possuem escravos de ambos os sexos.
Ocorre
servidão natural, que é a escravidão. Aristóteles também falará sobre a
servidão convencional, que é a escravidão estabelecida pela lei, que seriam
estrangeiros que foram capturados, após conflitos, mas sobre este fato faz a
crítica de quê um homem de bom senso, não tornará o derrotado, embora a coragem
é sinônimo de superioridade, seu escravo. Abordará a questão jurídica sobre o fato,
os debates e discussões sobre o caso.
O
poder político deve ser participado por homens livres, ou seja, cidadão.
Compara
o governo doméstico a monarquia, uma vez que o poder está nas mãos de uma única
pessoa, do senhor (pai) e a monarquia o rei comanda.
Para
comandar tanto quanto para servir, acontece naturalmente e é um talento.
Há
dois tipos de aquisição a Econômica e a Crematística, a primeira se refere a
conquistar propriedades e bens somente para as necessidades de sobrevivência, a
segunda tem caráter lucrativo, e dá a origem a troca, o comércio, a moeda, a
usura.
TOKOS
(progenitura) quer dizer que é a moeda que torna a trazer a moeda, gênero
totalmente contrário à natureza. O dinheiro faz aumentar o próprio dinheiro.
Mostrará
as maneiras de adquirir, os meios de troca que ocorrem através da navegação,
venda no próprio local ou transporte por terra; quase tudo é arrancado do seio
da terra. Os filósofos não se preocupam em enriquecer, e é ai que mostram sua
sabedoria, mas sabem o que se deve fazer para o enriquecimento.
O
pai tem poder sobre a mulher e os filhos, mas os governam como pessoas livres.
O macho está acima da fêmea. A mulher deve obediência ao homem. Os filhos obedecem
ao pai, os mais velhos comandam os mais jovens.
A
educação da mulher e das crianças fica por conta do Estado, já que devem ser
virtuosas.
HUAHUAHUAHUAHUAHUAH olha os dois comentários anteriores uhauahuahu é rir pra não chorar...
ResponderExcluirJordania parabéns pelo blog, você escreve muito bem!
Parabéns pelo seu blog. Principalmente a este post que me ajudou muito em minha apresentação.
ResponderExcluirSuper top
ResponderExcluirMuito boa a iniciativa de vocês me ajudou muito no meu trabalho
ResponderExcluirMuito boa a iniciativa de vocês me ajudou muito no meu trabalho
ResponderExcluirnão tenho nem palavras pra te agradecer por este resumo, muito bom, obrigada
ResponderExcluirmaravilhoso valew
ResponderExcluirobrigado, vai me ajudar na próxima aula
ResponderExcluirExcelente, muito obrigado.
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